Política

Prédios tortos podem ser realinhados com ajuda do BNDES

26/04/2025 Marco Santana
Raul Baretta / Santos FC

O realinhamento dos prédios tortos na orla santista pode ser viabilizado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O investimento seria feito como parte de um conjunto de ações para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na Cidade.

O assunto foi discutido ontem, em reunião do presidente do banco estatal, Aloízio Mercadante, com o prefeito Rogério Santos (Republicanos), o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e o secretário de Governo, Fábio Ferraz.

A Prefeitura de Santos e BNDES vão desenvolver um planejamento estratégico, que inclui projetos de macrodrenagem e drenagem, em todas as regiões da cidade, e intervenções complementares, como o reposicionamento dos prédios tortos da orla.

Em um primeiro momento, o plano vai englobar alternativas para minimizar os efeitos do aquecimento global em toda a Cidade, como a elevação do nível do mar e as enchentes ocasionadas pela alta incidência de chuvas torrenciais na região. Na sequência, deverá elencar obras e projetos, com as respectivas formas de financiamento, para solucionar os impactos.

Para o prefeito, os estudos proporcionarão o diagnóstico do sistema de macrodrenagem, drenagem e águas pluviais, com a integração das obras executadas e em andamento. “É uma oportunidade importante que vai ampliar as ações preventivas aos efeitos do clima, e apontar alternativas de desenvolvimento de projetos, integração com tudo o que vem sendo feito, e a implementação de novas medidas para garantir a manutenção da qualidade de vida dos santistas”.

Segundo o prefeito, entre as áreas de maior atenção estão o potencial hídrico dos canais, a possibilidade de criação de piscinões, a adoção de molhes ou bags para recuperar a faixa de areia da praia, contenção de encostas e monitoramento dos morros, além do reposicionamento dos prédios tortos.

DESAFIO GIGANTESCO

Mercadante explicou que o BNDES possui um setor específico para tratar de temas de sustentabilidade, com foco na adaptação das cidades aos desafios dos extremos climáticos. Para a elaboração dos estudos sobre Santos, o grupo deverá contar ainda com especialistas internacionais.

“Temos um desafio gigantesco e um compromisso com Santos, que é um patrimônio urbanístico e cultural, um importante centro universitário, uma cidade que tem um porto fundamental para a economia do Brasil e um polo turístico que precisa ser preservado. O BNDES tem muita experiência e pode ajudar Santos a se preparar para o futuro”.

RECURSOS
Paulo Alexandre Barbosa destacou que o BNDES poderá financiar as soluções para conter os impactos das mudanças climáticas na Cidade e resolver problemas históricos, como os prédios tortos.
Uma das possibilidades é que os recursos para as intervenções sejam do Fundo Clima, do próprio BNDES. Com cerca de R$ 20 bilhões para este ano, tem a finalidade de garantir recursos para projetos, estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas. n