O pianista Daniel Lisauskas, de 16 anos, conquistou o primeiro e segundo lugares do Concurso de Composição de 2022, promovido pela Franz Liszt Fondation, em Turim, Itália. A grande final foi realizada dia 27 de setembro, no no teatro da histórica Villa Tesoureira de Turim.
Lisaukas conseguiu a primeiro lugar com a sua “Dança Mesolítica” e o segundo lugar com “Elegia” — uma homenagem às mais de 600 mil vítimas fatais de Covid-19 no Brasil. As duas obras foram compostas para piano solo, como exigido pelo regulamento do concurso.
Daniel também foi recebido na Embaixada do Brasil em Roma, Helio Ramos, onde apresentou algumas de suas composições no piano da Sala Palestrina para o Embaixador.
O exemplo da avó
A paixão pela música surgiu quando ia visitar a avó, que tinha um piano em casa. “Eu ficava horas brincando. Meus pais perceberam o interesse e aí eu comecei a fazer aulas”, recorda
Além de tocar, o talento para a composição se evidenciou logo cedo. Aos 13 anos, começou a compor intuitivamente. “A própria professora dele na época orientou a busca de alguém que tivesse a qualificação para ensinar as técnicas da composição”, explica Eduardo Lisauskas, pai de Daniel. Assim, chegaram ao compositor José Carlos Amaral Vieira, que tornou-se professor, amigo e incentivador da carreira de Daniel.
Eduardo relata que Daniel impressiona pela dedicação. “Ele cumpre uma disciplina que ele mesmo se impôs. Eu brigo para ver se ele sai para passear. Eu que peço para ele ir pra praia comigo, porque se puder, fica no piano”, afirma.
Dedicação
Nesta rotina, ele busca conciliar as atividades escolares e a música. “Tenho que administrar o tempo da melhor forma possível. Tento todo dia estudar um pouco, treinar o repertório ou compor um pouco”.
Daniel explica que busca realizar uma série de treinamentos, como exercícios para fortalecer as mãos, independência de dedos, treinar os dedilhados. Na parte de composição, compor fazer ditados melódicos, solfejos ou encadeamentos harmônicos.
Ele agora quer se aperfeiçoar na composição, criando obras para outros instrumentos, e não apenas piano. “É um desafio, porque é preciso imaginar a música em um instrumento que eu não sei tocar, como violino. Estou aprendendo orquestrização, para escrever para conjuntos maiores”, completa.
Em relação aos seus compositores prediletos, ele cita o theco Antonín Dvořák. “Não é muito falado mas tem uma obra muito legal, e o Amaral Vieira (seu professor)”.
Dos mais conhecidos, ele gosta muito de Tchaikovski e Bach. Entre o compositores com obras mais difíceis de serem executadas, ele destaca Franz Lizt, “inclusive o Amaral Vieira é um dos maiores intérpretes de Lizt do mundo”.
Confira a íntegra da entrevista com o pianista Daniel Lisauskas, que pretende se dedicar a composições de músicas para orquestra.
