Fronteiras da Ciência

O que quer que eu seja?

20/05/2022
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Ele ainda não tinha 10 anos. Seus cabelos claros lhe cobriam a testa, descuidados. Seus olhos tinham uma expressão de viva curiosidade.

Voltando da escola, deixou a mochila sobre a mesa, sentou-se e, sem cerimônia, perguntou:

-Mamãe, o que você quer que eu seja quando crescer?

A mãe se surpreendeu com a questão. Olhou demoradamente para o pequeno e percebeu que havia preocupação em sua face.

Então, deixou tudo que estava fazendo e questionou:

-Por que a pergunta, meu bem?

Depois de um longo suspiro, explicou o garoto:

-É que hoje, na escola, meu amigo me disse que ele vai ser médico porque o avô dele é médico e seu pai também. Então, fiquei pensando o que você e o papai querem que eu seja?

Havia sincera preocupação no rosto do menino.

-Meu querido -disse a mãe, abraçando-o -eu tenho apenas dois pedidos para lhe fazer. Quero que você seja correto e que seja feliz.

O menino continuou insatisfeito com a resposta e insistiu:

-Não, mamãe! Qual profissão você quer que eu tenha quando crescer? Preciso fazer o que faz meu pai? Preciso ir trabalhar na empresa dele?

-A escolha da sua profissão, meu filho, cabe apenas a você, isso não me compete, nem me causa maiores preocupações.

-Só espero que você escolha o caminho do bem, mesmo que ele seja mais longo ou mais difícil. Que pense nas consequências dos seus atos, para você e também para os outros.

-Que não tenha medo da verdade, nem da justiça. Ao contrário, que as busque sempre, com serenidade e persistência.

-O segundo pedido, que é tão importante quanto o primeiro, é que você seja feliz. Isso quer dizer que espero que, apesar das dificuldades da vida, você tenha confiança em Deus.

-Que acredite na Justiça Divina e que jamais se entregue ao sofrimento. Que você tenha o coração cheio de amor e de coragem para seguir em frente.

E concluiu: -Para mim, meu filho, o que interessa é como você vai ser e não o título que vai carregar.

[com base na Red. do Momento Espírita]

Por vezes, nos sentimos tentados a realizar nossos sonhos frustrados por meio de nossos filhos. Induzimos nossos jovens a concretizar ideais de vida que não são os deles.

Fazemos que eles busquem objetivos que, na verdade, eram nossos.

Se desejamos que eles sejam realmente felizes, cabe-nos orientá-los para que busquem a senda da retidão moral. Somente assim nossos amores serão capazes de alcançar a felicidade possível neste mundo.

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