Fronteiras da Ciência

O livro da vida

01/02/2025Jadir Albino
Freepik

Entre a consciência e o sonho, me deparei com uma grande sala. Ao me aproximar, percebi um guardião na porta que me disse:

-Ninguém pode entrar aqui. Aqui estão guardados os “Livros da Vida”. Aquele que conseguir passar por esta porta poderá ter acesso ao seu livro e modificá-lo ao seu gosto.

Minha curiosidade era grande. Afinal, poderia escolher o meu destino. Com minha insistência o guardião resolveu ceder e me disse:

-Está bem. Dou-te 5 minutos, e nem mais um segundo.

Eu nem acreditava. Cinco minutos era mais que suficiente para que eu pudesse decidir o resto da minha vida, afinal, poderia apagar e acrescentar o que eu quisesse no “Livro da minha vida”.

Entrei e a primeira coisa que vi foi o Livro da Vida do meu pior inimigo. Não aguentei de curiosidade. O que será que estava escrito no livro da vida dele? O que será que o destino reservava para aquela pessoa que eu não suportava?

Abri o livro e comecei a ler. Não me conformei. Verifiquei que sua vida lhe reservava muita coisa boa e não tive dúvidas. Apaguei as coisas boas e reescrevi o seu destino com coisas ruins.

Logo vi outro livro, de outra pessoa que eu não gostava e fiz a mesma coisa. Até que vi meu próprio livro.

Nem acreditei. Este era o grande momento. Iria mudar meu destino, apagar todas as coisas ruins e iria reescrever só coisas boas. Seria a pessoa mais feliz do mundo. Quando peguei o livro, eis que alguém bate no meu ombro:

-Seu tempo acabou. Pode sair.

Fiquei atônito! -gaguejando retruquei:

-Mas eu não tive tempo nem de abrir o meu livro?

-Pois é, disse o guardião. Eu te dei 5 minutos preciosos e você poderia ter modificado o seu livro,mas você só se preocupou com a vida dos outros e não teve tempo de ver a sua.

Abaixei minha cabeça, cobri minha face com as mãos e saí da sala.

(autor desconhecido)

É como o homem que tropeçou numa sacola cheia de pedras e começou jogá-las uma a uma no mar cada vez que dizia: “Se tivesse um carro novo, seria feliz… se tivesse uma casa grande, seria feliz… Seria feliz se tivesse…”

Assim o fez até que somente ficou com uma pedrinha na sacola, que decidiu guardá-la. Ao chegar em casa percebeu que aquela pedrinha se tratava de um diamante muito valioso.

Quantos de nós vivemos jogando nossos preciosos tesouros por estar esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nós.