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Livro revisita a história do cangaço sob o ponto de vista dos opositores de Lampião

13/04/2022
Divulgação

Obra “Os Homens Que Mataram o Facínora”, de Moacir Assunção, já está disponível na Livraria Realejo, em Santos

Em um trabalho investigativo que mescla oralidade, depoimentos pessoais e registros da época, o jornalista e pesquisador Moacir Assunção revisita a história do Cangaço nordestino sob o ponto de vista dos opositores daquele que foi seu principal personagem: Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938).

Publicado pela Realejo Editora, ‘Os Homens Que Mataram o Facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião’ chega à 2ª edição e já está disponível para venda pelo site www.oseulivreiro.com.br; e também na Livraria Realejo, em Santos (R. Marechal Deodoro, 2 – Gonzaga).

Pernambucano de Trindade, na região do Araripe, Assunção dedicou-se por mais de dez anos a reportar a saga do chamado “Rei do Cangaço”, seu conterrâneo. Para tanto, chegou inclusive a percorrer algumas vezes a região, visitando os locais por onde Lampião e seu bando passaram.

Neste período, sua pesquisa expandiu-se sob diversos ângulos: além das batalhas sangrentas, também lhe chamaram a atenção as lutas de família na origem do Cangaço, o misticismo que permeava as ações dos bandoleiros e as estratégias curiosas (e muitas vezes ineficazes) das perseguições policiais, por exemplo.

Assim, quando decidiu transformar o épico popular em livro, Assunção afastou-se definitivamente da ideia de biografar o protagonista. Ao invés disso, preferiu “tirar das coxias da história” as trajetórias e motivações de nomes como Zé Saturnino, Zé Lucena, João Bezerra, Davi Jurubeba e Mané Neto, alguns de seus principais perseguidores. Nascia assim ‘Os Homens Que Mataram o Facínora’, parafraseando, não por acaso, um dos mais famosos faroestes estrelados por John Wayne (‘The Man Who Shot Liberty Valance’, de 1962).

“São homens que passaram toda a existência como personagens secundários nesse grande drama sertanejo que foi o cangaço. A razão disso é que o palco era sempre ocupado pelo genial e cruel bandoleiro (…) Seus inimigos – igualmente valentes e destemidos – não aparecem nesse espaço privilegiado, a não ser como ‘segundos da história’. Dentro das possibilidades, fiz uma série de rápidas biografias desses homens, ao menos no período em que enfrentaram Lampião e seus sequazes”, resume o autor.