Francisco pautou sua vida religiosa na simplicidade, humildade e com forte ênfase na justiça social e na defesa do meio ambiente e povos originários. O pontífice, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (21), foi ativo no diálogo com outras religiões – muçulmanas, judias, ortodoxas e de outras denominações cristãs. Sua postura autêntica, de respeito mútuo e de cooperação em temas como a defesa da vida, da família e da paz foram apontadas por líderes religiosos ouvidos pelo Jornal da Orla, que destacaram sua coerência entre a fé e a prática dos ensinamentos de Cristo.

“Embora haja diferenças teológicas significativas entre a fé evangélica e a doutrina católica, muitos evangélicos veem o Papa Francisco como uma figura influente que procurou viver com integridade, levantar a voz pelos pobres e manter pontes de diálogo em um mundo fragmentado. Sua vida desafiou cristãos de todas as tradições a refletirem sobre o que significa seguir a Cristo de maneira autêntica e corajosa.”
(Pastor Júnior Rosse, Ministério Assembleia de Deus Madureira, Praia Grande)

“A passagem do Papa Francisco pela Terra foi, de fato, significativa sob uma perspectiva espiritual e humanitária. Como babalaô, reconheço que sua jornada teve um propósito maior, alinhado com as energias de compaixão, humildade e justiça social que a Umbanda também valoriza. O Papa Francisco trouxe um sopro de renovação à Igreja Católica, aproximando-a das causas dos mais necessitados, dos marginalizados e da defesa da Mãe Terra, princípios que ecoam os ensinamentos dos Orixás e Guias de Luz.”
(Pai Léo Pinheiro, Babalaô de Umbanda, São Vicente)

“A figura do Papa Francisco para o mundo representa a força da fé. Uma liderança religiosa que ao mesmo tempo ocupa o cargo de chefe de estado, uma força na preservação da fé. Como seu legado fica a coragem de defender pautas como o casamento LGBTQIA+ e o direito dessa comunidade de viver e expressar sua fé de forma digna; o acolhimento de denúncias e punição da pedofilia dentro da Igreja Católica; além da fala firme contra grupos que se identificam com práticas opressoras. Mesmo sendo um representante dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, entendo a importância da figura de Francisco e entendo quão positiva foi sua passagem nesta terra.”
(Pai Kadu d’Osala, Babalorisá de Candomblé, líder da Asé Oyá Ojú Inan, São Vicente)

“É com pesar que recebemos a triste notícia da Páscoa do Papa Francisco. Seu ministério como pastor foi de avançar no diálogo com as igrejas cristãs e outras religiões, no papel da mulher dentro da igreja, nas bênçãos a casais homoafetivos, na defesa dos imigrantes e refugiados, na paz entre as nações, na moralização de estruturas institucionais e do clero, entre tantas outras reformas. Papa Francisco era um homem simples e alegre, e seu apostolado será marcado por sua singeleza humana. Nossas condolências e pêsames aos irmãos e irmãs da Diocese de Santos.”
(Reverendo Dr. Josué Soares Flores, Pároco da Igreja Anglicana de Santos)