Significados do Judaísmo

Judá, o Macabeu – Um guerreiro na defesa do Judaísmo

25/11/2021
Ilustração: Gustave Dore (Cassell, c 1880)

Os Macabeus eram um grupo judeu de lutadores da liberdade que libertaram a Judéia dos ocupantes gregos-sírios durante o período do Segundo Templo.

Judá Macabeu, foi um dos grandes guerreiros da história, que lançou as bases do futuro estado Hasmoneu.

Judá, o sacerdote e terceiro filho do também sacerdote Matatias, o Hasmoneu, assumiu a liderança da revolta contra Antíoco Epifânio, rei grego helenista do império selêucida, de acordo com a disposição de seu pai no leito de morte.

Liderados por Judá, o Macabeu e por seus quatro irmãos, os lutadores da liberdade derrotaram os intrusos gregos e restauraram o Templo Sagrado em Jerusalém ao serviço de Deus.

Sua vitória é celebrada durante o feriado de Chanucá.

Nenhuma sugestão apresentada para explicar o significado do nome macabeu ou os dos outros irmãos hasmoneus é satisfatória.

Uma das versões diz que a palavra Macabeu é um acrônimo para as palavras hebraicas que significam “Quem é como Você entre todos os poderes, Deus.”

Outras dizem que a origem hebraica quer dizer martelo, ou exterminador.

O contexto da revolta tem sua origem quando a companhia de oficiais gregos reinante nas terras hebreias chegou a Modi’in, a cidade natal do clã macabeu, com a intenção de fazer cumprir as ordenanças do rei.

Os oficiais dirigiram-se a Matatias primeiro, pois ele era muito estimado pelos aldeões. Ordenaram que ele começasse as ofertas de sacrifício aos ídolos pagãos, prometendo que em troca ele e seus filhos seriam admitidos no círculo de “amigos” do rei.

A visão judaica da vida, era totalmente oposta à do helenismo que se espalhou pelo Oriente Médio

Os judeus consideravam o helenismo como uma forma de adoração à natureza. Viam isso como a continuação espiritual da religião dos cananeus, que haviam apresentado seus pontos de vista contra Israel por todos os séculos, desde os dias de Josué.

Era um modo de vida integral, vivido de acordo com o que o povo judeu acreditava ser a revelação.

Matatias recusou imediatamente. Ele matou um judeu que obedeceu ao comando e, em seguida, liquidou um dos homens do rei.

Depois das mortes, Matatias fugiu para a montanha, junto com seus filhos e amigos, o que marca o início da revolta.

A revolta se concentrava no governante sírio, que estava impondo à força sua cultura sobre a população judaica e saqueando o Templo e a terra.

Muitas informações sobre a rebelião são derivadas principalmente de textos que elogiam a dinastia de Matatias (I Macabeus) e, em particular, a figura de Judá, retratada como um leão do deserto. (II Macabeus).

O excepcional talento militar de Judá fez dele a escolha natural como comandante militar dos rebeldes, e o autor de I Macabeus é incondicional em elogios à sua bravura.

Por causa da disparidade entre as forças em conflito durante os primeiros dias da revolta, a estratégia de Judá foi evitar qualquer envolvimento com o exército regular dos selêucidas, mas atacar o inimigo em emboscadas, a fim de dar-lhes uma sensação de insegurança.

Já no início da luta, o macabeu conseguiu derrotar uma pequena força síria sob o comando de Apolônio, que foi morto. Judá tomou posse de sua espada, a qual usou até sua morte como símbolo de vingança.

Mais importante foi seu sucesso na batalha contra Seron, “o comandante do exército sírio”. A escolha do bairro de Beth-Horon como campo de batalha e a coordenação das forças limitadas à sua disposição atestam a notável habilidade tática de Judá.

Por meio da marcha noturna forçada, Judá conseguiu iludir Górgias, um militar helenista experiente, que pretendia atacar e destruir seu inimigo no acampamento.

O macabeu então fez um ataque surpresa ao acampamento sírio perto de Emaús enquanto Górgias o procurava nas montanhas.
O comandante sírio não teve alternativa senão retirar-se para a costa.

Essa derrota convenceu os inimigos de que deveriam se preparar para uma guerra séria e prolongada. Consequentemente, reuniram um exército novo e maior e marcharam ao encontro de Judá.

Mais uma vez, porém, o comandante judeu conseguiu vencer o inimigo numericamente superior em uma grande batalha perto de Beth-Zur.

Essa vitória abriu o caminho para Jerusalém, onde Judá entrou à frente de seu exército.

A revolta alcançou um sucesso rápido. No final do ano 164 aEC, o primeiro Festival da Luz (Chanucá, [ou] “inauguração”) foi celebrado em um Templo purificado de todos os cultos pagãos. (É somente por meio desse festival que a revolta foi transmitida à posteridade rabínica).

O acendimento da Menorá com óleo de oliva era um importante componente do serviço diário no Templo Sagrado de Jerusalém.

Quando os Macabeus o libertaram das mãos dos sírios-gregos, eles se depararam com apenas um pequeno jarro de óleo de oliva ritualmente puro, não profanado pelos opressores.

O jarro continha óleo suficiente para apenas um dia e levaria oito dias para se produzir novo óleo de oliva ritualmente puro. Os judeus acenderam o jarro e testemunharam um milagre: o suprimento que daria para um só dia ardeu durante oito dias – o tempo suficiente para que se produzisse óleo de oliva novo, ritualmente puro.

A luta de Judá, e de seus também importantes irmãos, continuou.

Porém, a lição que podemos extrair é que não podemos nos acovardar diante nossos inimigos.

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