Política

Fusões de partidos alteram equilíbrio de forças nas cidades

01/05/2025 Marco Santana
Divulgação/Câmara dos Deputados

Além de terem um impacto no cenário nacional, as fusões de partidos anunciadas na terça-feira (29) também vão repercutir nas câmaras de vereadores das cidades da Baixada Santista.

Apesar das recém-criadas federações União/PP e PSDB/Podemos, o PSD continua sendo o partido com maior número de vereadores, 24. Em segundo lugar, agora aparece a federação União/PP, com 23 parlamentares. Isso significa que as bancadas deste aglomerado político terão mais força nos legislativos da região.

PSDB e Podemos também ganharam musculatura. Com a fusão, passam a contar com 17 vereadores.

Apesar de serem integrados por políticos com perfis muito distintos, em muitos casos com interesses antagônicos, as federações devem se manter unidas em negociações com os prefeitos.

A nível nacional, também houve uma mudança expressiva. A federação União/PP passou a ser a maior bancada da Câmara Federal, com 109 parlamentares, superando a do PL, que tem 91. No Senado, o juntado de partidos agora possui o mesmo número de senadores do PL e do PSD (14).

Distribuição do fundo eleitoral também mudanças

Esta mudança no eixo político brasileiro também provoca mudanças significativas no fundo eleitoral, recurso público destinado a financiar as campanhas políticas. Em 2024, União/PP receberam, respectivamente, R$ 536,5 milhões e R$ 417,2 milhões, o que, somados, resulta em um total de R$ 954 milhões; PSDB recebeu R$ 147,9 milhões e Podemos, R$ 236,6 milhões – o que totalizaria R$ 384,5 milhões.

PL e PT tiveram no ano passado as maiores fatias. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu R$ 886,8 milhões e a legenda do presidente Lula, R$ 619,8 milhões.

As novas federações nascem também com novas disputas de poder internas. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) tentou dar o bote, mas não conseguiu ser o presidente do novo aglomerado político. As lideranças que venceram a disputa interna decidiram que o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, vai comandar a federação até dezembro em conjunto com o presidente do PP, Ciro Nogueira. A partir de janeiro de 2026, haverá um rodízio começando com Rueda.

Esta mudança também provoca uma mudança no eixo político, pois é o presidente do partido ou federação quem decide a distribuição do fundo eleitoral – e isso pode ser decisivo para a eleição de um candidato a deputado estadual ou federal.

Prefeitos

Na Baixada Santista, o Podemos tem dois prefeitos (Farid Madi, de Guarujá; e Kayo Amado, de São Vicente), assim como o União (Marcelo Villares, de Bertioga; e Luiz Berbiz, de Mongaguá). Na região, PSD contam com dois chefes de Executivo municipal: César Nascimento (Cubatão) e Felipe Bernardo (Peruíbe). Republicanos também possui dois: Rogério Santos (Santos) e Tiago Cervantes (Itanhaém).