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Etarismo, não!

08/02/2025 Ricardo Mucci
Etarismo, não! | Jornal da Orla

O combate ao preconceito etário é uma das bandeiras mais importantes de nosso tempo, pois afeta pessoas em vários momentos da vida. Tudo começa com o idadismo endêmico da própria sociedade, que promove a exclusão gradual de pessoas mais velhas, abandonadas à própria sorte como seres descartáveis, em residências ou instituições de longa permanência. Esse comportamento nefasto, vem junto com outros abusos, físicos e financeiros, que só acentuam o descaso para com os idosos.

Incoerentemente, isso ocorre no século do envelhecimento acelerado da população. Muito em breve, o Brasil será um “país idoso”, com mais pessoas acima dos 60 do que jovens até 15 anos, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde. A inversão demográfica irá afetar muitas áreas, inclusive o mercado de trabalho.

E por falar em emprego, estamos testemunhando que o etarismo está cada dia mais precoce nas empresas, afetando profissionais já a partir dos 40 anos. As razões são diversas e esdrúxulas, mas suas origens são conhecidas. Ora é simples questão econômica – os mais velhos ganham mais; ora é de qualificação profissional – os mais velhos não dominam as tecnologias; ora é a manifestação do preconceito puro e simples. O Brasil ainda dorme com a ideia de que é um país jovem.

Há dois anos, publiquei um artigo nas redes sociais, enfatizando que “etarismo tem CNPJ”, porque são empresas que criam as regras que estimulam esse comportamento. Na ocasião, integrava o movimento #Atualiza, de combate ao etarismo e, para contribuir com a causa, publicamos um guia de orientação para as organizações lidarem com o preconceito. O documento está disponível no link de Longevidade do JornaldaOrla.com.br para quem quiser aprender a combater esse preconceito. É bom lembrar que “jovem é um velho em construção”, certo?