
O Campeonato Brasileiro de 2025 vai começar e promete uma disputa acirrada, dentro e fora de campo. Com times fortes e vários candidatos ao título nacional, o Brasileirão também vai apresentar outra briga bem interessante. Depois de muitos anos, a TV Record, agora com a narração de Cleber Machado, volta a transmitir o Campeonato Brasileiro em jogos diferentes da Globo o que vai estimular a concorrência e a briga pela audiência. Além disso, os torcedores vão ter outras opções neste campeonato como Sportv, Premiere, Cazé Tv e Prime Vídeo.
Outra curiosidade, depois de muito tempo trabalhando juntos, agora, os três principais locutores da tv brasileira vão ser concorrentes. Cleber Machado, na Record, Luís Roberto na Globo e Galvão Bueno na Prime Vídeo.
O Jornal da Orla conversou com Cleber Machado, um dos mais importantes locutores esportivos do Brasil, e sem dúvida, o mais identificado com o público paulista. E ele comentou essa novidade de duas redes grandes transmitirem o Brasileirão: “O que eu me lembro é que algumas vezes a TV Globo, como detentora dos direitos, licenciou um bom período para a TV Bandeirantes e um outro período para a TV Record. Depois disso a Globo teve exclusividade. Eu acho que é um momento interessante para a televisão você ter depois de muito tempo, uma segunda rede aberta transmitindo os jogos. Além disso, você vai ter as partidas no YouTube com a Cazé TV. Você vai ter um jogo exclusivo para Amazon Prime Video em toda a rodada e assim a TV aberta vai ter duas transmissões ao vivo, em horários distintos. Não haverá o mesmo jogo no mesmo horário em TV aberta”.
O JO perguntou a Cleber sobre concorrer com os ex-colegas da Globo. “É curioso, porque às vezes os caras falam que eles não se dão bem. Tudo conversa porque a gente se dá muito bem. É possível em algum momento que os três estejam escalados no mesmo jogo”. O JO apurou que isso deve acontecer já na segunda rodada, quando Galvão Bueno vai estrear no jogo Corinthians e Vasco, na Neo Química Arena, pela Prime Vídeo.
Cleber também analisou a presença da TV Record no último Paulistão, quando bateu recordes de audiência derrotando o Domingão com Huck e o penúltimo capítulo da novela Mania de Você. “Pra gente é um balanço super positivo. Quando você pega um grande clássico na reta final do Campeonato Paulista tem audiências maiores, porque o futebol brasileiro nasce de disputas regionais. Então para a gente é muito legal. Tomara que no Campeonato Brasileiro a gente consiga manter um bom padrão de audiência e de qualidade de transmissão”.
PAIXÃO PELO RÁDIO
Cleber Machado começou cedo no rádio, por influência do pai, Clodoaldo José, que ocupou funções importantes na Rádio Bandeirantes até chegar à Direção artística. “Eu não comecei no esporte, eu comecei na programação, no artístico. Me formei profissionalmente, trabalhando com os caras que pensavam a emissora como um todo. E isso para mim foi muito interessante.” Mesmo sem começar no departamento esportivo, Cléber viu de perto os grandes nomes da Bandeirantes. As minhas primeiras referências eram o Fiori Gigliotti, o Flávio Araújo, o Ênio Rodrigues, o Borghi Júnior, o Zé Paulo de Andrade”.
Cleber também ouviu grandes nomes como Joseval Peixoto e Haroldo Fernandes e conviveu com a geração do Sistema Globo de Rádio. Lá estavam Oswaldo Maciel, Reinaldo Costa, Antônio Edson, Braga Júnior e Jorge de Souza Nessa época, a grande estrela do rádio era Osmar Santos, e Cleber Machado é de uma geração que cresceu ouvindo o Pai da Matéria.
Apesar de ter se tornado um dos grandes nomes da narração esportiva, Cleber surpreende ao contar que nunca sonhou com isso. Mais novo, o diretor artístico tinha uma função importante. “Quando eu comecei a trabalhar, eu achava que o meu auge seria ser convidado a para o cargo de diretor artístico de uma emissora de rádio. Acho que isso seria o ponto alto da minha carreira. A narração acabou acontecendo meio sem querer. Eu sempre achei maravilhoso. Eu, moleque, narrava futebol de botão e eu quando fui trabalhar na Rádio Globo e tinha a chance de ir para uma cabine para ver como os narradores se comportavam. Então eu sempre achei essa função muito interessante”.
“Já na TV Gazeta, comecei a narrar alguma coisinha por circunstância. O Roberto Avallone me escalou para um videoteipe. Aí na TV Globo narrava VTs do Esporte Espetacular e um dia o Ciro José me botou para fazer o jogo. O Luiz Alfredo foi para o SBT e eu acabei sendo o terceiro narrador da Copa do Mundo de 90. Acho que os caras viram que dava para fazer. Eu achei lindo. Então a narração surgiu mais ou menos assim. Hoje eu não tenho dúvida, que se eu tenho alguma importância, se alguém sabe alguma coisa de mim na televisão, é por causa de narração esportiva.”
Cleber também faz reverência aos grandes narradores de TV da Copa de 1970, como Geraldo José de Almeida, Fernando Solera, Walter Abrahão, além de Orlando Duarte, Luiz Noriega, José Carlos Cicareli, José Góes e Peirão de Castro. Cleber faz questão de enaltecer os três nomes que consolidaram a narração de futebol na tv. “O Silvio Luiz, que já tinha uma longa história na televisão, mas começou a narrar na TV Record de um jeito todo dele. O Galvão que começou na Bandeirantes, foi pra Globo e começou a ter também um estilo de técnica. E o Luciano do Valle uma qualidade da voz, com a vibração, com a paixão por cada lance que ele narrava. Eu acho que desses três cada um pegou um pouquinho, misturou tudo e fez o que nós fazemos hoje como narradores esportivos.”
Cleber acredita que o esporte sempre vai ter vez na tv aberta ou no streaming. “Eu acho que o evento ao vivo, o jornalismo e o esporte são hoje grandes bases para uma programação de televisão”.
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