Digital Jazz

Chet Baker – Gigante do Jazz

07/01/2022
Divulgação

Até os dias de hoje as circunstâncias da sua morte são imprecisas, nos deixando dúvidas e várias versões foram sugeridas sobre o que realmente aconteceu.

Suicídio, acidente, assassinato são algumas das hipóteses possíveis, pois ele despencou estranhamente da sacada do hotel onde morava na cidade de Amsterdam na Holanda, com apenas 58 anos de idade, mas com aparência de mais de 80 anos, principalmente em razão da sua dependência de drogas pesadas.

Ele foi um dos músicos mais importantes da sua geração e esteve sempre à frente do seu tempo.

Além de tocar seu trompete como poucos e com absoluta suavidade, Chet Baker também inovou ao colocar sua voz pequena, porém sempre bem colocada e muito afinada, inaugurando um estilo único, que influenciou vários artistas.

Foi um dos criadores na década de 50 do “Cool Jazz”, conhecido como uma música econômica, com poucas notas executadas e de sonoridade bem tranquila. Tocou ao lado dos maiores: com os saxofonistas Stan Getz, Charlie Parker e Gerry Mulligan, com o pianista Dave Brubeck e sempre foi um admirador do também trompetista Miles Davis.

A fase que mais admiro da sua carreira teve início em 1953 quando ele gravou seu primeiro álbum como líder para o selo Pacific Jazz, em que posteriormente registrou discos memoráveis. E foi nesta fase que ele recebeu o incentivo para cantar baladas, além de tocar. Fez isso com absoluta propriedade e talento, deixando uma grande marca.

Na metade da década de 60, quando curiosamente se relacionava com a música brasileira e com o genial pianista João Donato nos Estados Unidos, chegou novamente atrasado para o ensaio (como sempre fazia), só que desta vez com um lenço sobre a boca toda ensanguentada em razão de uma surra que havia levado de 5 pessoas, provavelmente traficantes.

Depois deste dia, não tocou mais da mesma forma, afinal perdera todos os dentes superiores da boca. Precisou usar dali em diante de uma dentadura, que o obrigou a desenvolver uma nova embocadura para tocar seu trompete.

Chet Baker pode ser considerado cool, cult, ídolo do Jazz, e deixou como grande marca o timbre da sua voz suave, que se confundia com a sonoridade do seu trompete, ambos parecendo soar como um mesmo instrumento. Sem dúvida, um gigante do Jazz.

 

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.