
Meta do carbono zero e transição energética passa por eletrificação das operações, substituição de combustíveis, otimização das operações e governança. O segundo painel do Latam Export – Fórum Internacional de Logística, Infraestrutura e Transportes – tratou de projetos e iniciativas voltadas para a descarbonização do setor portuário e marítimo. A gerente de Sustentabilidade do Porto do Itaqui (MA), Luane Lemos Agostinho apontou os caminhos para a meta de carbono zero.
De acordo com a executiva do porto maranhense, fala-se muito em eletrificar para descarbonizar, mas é preciso um background de infraestrutura, oferta de energia, e tudo isso tem um custo. “Estive em Roterdã recentemente e na Europa se discute a transição, mas muito se fala sobre os minerais críticos. Não há como entrar nessa discussão sem debater onde encontrar minerais essenciais para fazer uma tecnologia envolvida na eletricidade”, pontuou.
Sobre o tema combustível, a gerente destacou a presença do hidrogênio, que possui grande potencial como um combustível sustentável dentro da navegação e gera interesse de grandes players europeus, que buscam áreas no território brasileiro para produção do produto. “Holandeses, espanhóis, alemães, todos estão interessados em áreas de produção de hidrogênio”, comentou Luane.
OTIMIZAÇÃO
Um dos itens colocados por Luane tem a ver com inovação e otimização dos sistemas, que tratam de iniciativas dos portos que contribuem também com o plano de descarbonização. Um dos exemplos do próprio Porto do Itaqui tem a ver com o ‘just in time’. “Estamos falando em sistemas de mapeamento para definir a hora exata de um navio chegar e não precisar ficar fundeado aguardando liberação para atracar. O Porto do Itaqui emite, em média, 87 mil toneladas de carbono por ano. Se incluir o fundeio dos navios sobre para 189 mil toneladas. Ou seja, diminuir tempo é uma forma, sim, para descarbonizar”, explicou.
Participaram do painel como debatedoras Jussara Neto, diretora de Sustentabilidade da PortGreen Consulting; e Gabriela Schrank, Gerente Geral de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Transpetro. A moderação foi de Juliane de Castro Carneiro, coordenadora de Inovação do Porto do Açu.
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