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Canabidiol e o uso terapêutico da maconha

16/04/2014
Canabidiol e o uso terapêutico da maconha | Jornal da Orla
O debate atual é sobre a liberação ou não de um medicamento produzido com um derivado da Cannabis, a maconha. Como toda planta, a maconha é formada por muitas substâncias diferentes, mais de 40 ao total, sendo que nem todas têm o mesmo efeito sobre o sistema nervoso central. O efeito psicotrópico, alterando a forma de percepção e de aprendizagem, é causado por uma substância denominada tetraidrocanabinol (THC).
O canabidiol, outro componente, o qual é majoritário da maconha (40%), é o princípio ativo do medicamento que está causando a polêmica atual, no Brasil. Mas outras substâncias da planta, como o canabigerol e a tetraidrocanabivarina, também estão sendo estudadas, buscando-se possíveis efeitos terapêuticos.
O canabidiol, recentemente nos EUA, recebeu o status de “medicamento órfão”, ou seja, aquele destinado às doenças raras, na qual a síndrome de Dravet se encaixa. Essa síndrome apresenta-se com crises epiléticas frequentes, de difícil controle com os medicamentos usualmente disponíveis. Mas a segurança do medicamento ainda não está definida, pois ainda está em estudo. Recentemente, iniciou-se uma pesquisa multicêntrica com seis grupos no mundo, realizando-se a investigação em 150 pacientes voluntários.
Usar um derivado da maconha não significa apologia ao seu uso. Várias substâncias medicamentosas são derivadas de plantas que já foram usadas de forma irregular. Uma bastante conhecida é a morfina, um potente e importante analgésico, derivada do ópio. Essa planta chegou a provocar guerras entre a China imperial e a Grã-Bretanha, há muito tempo atrás. Ao fumar o ópio, a pessoa passa a não reagir, tornando-a dependente e condutível. Os mandarins chineses acusaram os ingleses de vender a droga para enfraquecer o seu povo dominando-o mais facilmente e ganhando muito dinheiro.
Alguns estudos têm sugerido outros possíveis efeitos terapêuticos para o canabidiol. Doença de Parkinson, Alzheimer, isquemia cerebral, diabetes, náusea, câncer, artrite reumatóide e outras doenças inflamatórias são possíveis usos que estão sendo estudados. São pesquisas introdutórias conduzidas pelo mundo acadêmico, ainda muito longe de efetivos produtos comerciais. As taxas de sucesso efetivo das pesquisas são baixas. Essa é uma das razões para muita informação sensacionalista divulgada quando dizem a cura para essa ou aquela doença foi alcançada, mas que de fato não se realizam.
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