Com um currículo de respeito e mais de duas décadas dedicadas ao boxe, Felipe Moledas tem transformado sua experiência nos ringues em uma poderosa ferramenta de conscientização. Bicampeão brasileiro, campeão latino-americano e detentor do título mundial pela Organização Mundial de Boxe, o atleta e treinador soma 153 lutas como boxeador amador e 14 como profissional.

Agora, ele assume um novo desafio fora das competições: promover o esporte como caminho para a saúde física, mental e, principalmente, para a prevenção da violência entre jovens.

Nesta semana, Moledas esteve na Escola Americana de Santos, onde conduziu uma aula especial para estudantes do Ensino Médio. Além de ensinar movimentos como jab, cruzado e gancho, ele falou sobre os riscos de “brincar de lutar” fora de ambientes apropriados, sem supervisão ou equipamentos de segurança.

“Esse é um projeto de conscientização para mostrar o risco que esse tipo de atividade proporciona tanto a esses jovens quanto a todas as pessoas que praticam esse tipo de luta clandestina, sem equipamento de proteção, sem uma federação envolvida, sem médicos ali, enfim, sem estar num ambiente controlado como de uma academia ou de uma competição oficial”, explica Moledas.

“O meu objetivo aqui é divulgar a nossa modalidade”, completa.

Durante a atividade, os alunos participaram com atenção e curiosidade. A iniciativa vai além da prática esportiva: ela busca alertar sobre os perigos de lutas improvisadas, muitas vezes organizadas entre jovens em espaços privados, como garagens e quintais de casa.

A coordenadora de esportes da escola, Cássia Campi, foi quem teve a ideia de unir o esporte à conscientização. Atenta ao aumento de episódios de violência entre estudantes, viu na ação uma forma didática e leve de trabalhar a prevenção.

“Tem surgido um movimento constante na internet de lutas clandestinas. Os grupos de jovens estão se reunindo para fazer lutinhas em casa, casa de amigos. E a gente tem um profissional incrível aqui, né? Eu falei assim: ‘poxa, vamos juntar o útil e o agradável e trazer de uma forma bacana para os alunos, de uma forma leve, essa conscientização’”, relata.

Para os alunos, a experiência foi enriquecedora. A proposta despertou não só o interesse pelo boxe, mas também trouxe reflexões importantes sobre respeito, autocontrole e responsabilidade.