A Universidade de São Paulo, única latino-americana ranqueada entre as cem melhores do mundo, viveu desnecessariamente dois episódios de desgaste nesta semana.
Um vestibulando aprovado para Medicina teve a matrícula cancelada porque a banca de heteroidentificação não validou a autodeclaração dele como pardo.
Alison dos Santos Rodrigues obteve aprovação pelo Provão Paulista na cota de egressos da rede pública de Educação para pretos, pardos e indígenas.
Ele se autodeclarou pardo. É filho de mãe branca e pai preto. E a validação da autodeclaração é feita virtualmente. A universidade alega incompatibilidade de datas para realizar a checagem presencialmente. A decisão abre espaço para erros grosseiros desse tipo. Ninguém ignora que há fraudes nesse tipo de autodeclaração. A verificação tem mesmo de ser feita. Mas tem de ser presencial. Caso contrário, episódios como esse e o de um outro aluno aprovado em Direito também nesse ano vão continuar acontecendo.
E a imagem pública da universidade, conferida pela posição conquistada com muito trabalho no ranquemento mundial, vai continuar sendo arranhada desnecessariamente.