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A História de Eichmann. A Besta Humana

20/12/2023
A História de Eichmann. A Besta Humana | Jornal da Orla

Em 15 de Dezembro de 1961, há exatos 62 anos, um monstro foi condenado à morte por enforcamento em Israel.
Adolph Eichman, a própria síntese de um assassino nazista, foi julgado culpado por um tribunal israelense.

Otto Adolf Eichmann nasceu em 1906 na Alemanha. Em 1914 emigrou para a Áustria com a família, onde frequentou a mesma escola que Hitler havia frequentado.

Em 1933, Eichmann se filiou ao Partido Nacional Socialista e, ao voltar para a Alemanha, foi galgando passos dentro da SS, um grupo de elite que contava com homens racialmente selecionados, disciplinados e profundamente cruéis.

O pelotão de Eichmann do Regimento Deutschland estava aquartelado perto do Campo de Concentração de Dachau.

Em 1934, Eichmann foi convidado para se juntar ao Departamento Judeu. Mais tarde referiu que esta transferência tinha sido uma grande oportunidade. Ficou com a responsabilidade de estudar e preparar relatórios acerca do sionismo e das várias organizações judaicas. Aprendeu umas bases de hebraico e iídiche, ganhando a reputação de espcialista em sionismo e assuntos judaicos.
Com o passar do tempo, o processo de emigração forçada dos judeus tornou-se um projeto de genocídio.
Eichmann se tornou um dos maiores responsáveis pela implantação da Solução Final, projeto de extermínio de todo o povo judeu.
Cuidou da logística dos campos, que visitava regularmente.
Eichmann afirmou no final da guerra que “daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha seis milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação.”

Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina com documentos falsos. As informações recolhidas pelo Mossad confirmaram a localização de Eichmann em 1960. Numa ação secreta e espetacular, os agentes do Mossad e do Shin-Bet sequestraram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado.
O governo israelense organizou o julgamento por forma a que este tivesse grande cobertura dos meios de comunicação e teve início em 11 de Abril de 1961.

A acusação apresentou o caso ao longo de 56 dias, envolvendo centenas de documentos e 112 testemunhas (muitas delas sobreviventes do Holocausto). Seu propósito era, não só demonstrar a culpa de Eichmann, mas também apresentar material sobre o Holocausto, produzindo, assim, um registo completo dos fatos.

Em 12 de Dezembro de 1961, Adolph Eichmann foi considerado culpado por crimes contra a humanidade, crimes de guerra, e crimes contra os polacos, eslovenos e ciganos. Foi, também considerado culpado de associação em três organizações que tinham sido consideradas como criminosas nos Julgamentos de Nuremberg: a Gestapo, a SD e a SS. Quando elaboraram a sentença, os juízes concluíram que Eichmann tinha, não só, cumprido ordens, mas também acreditava profundamente na causa nazi, e tinha tido um papel-chave no genocídio. A 15 de Dezembro de 1961 Eichmann foi condenado à morte por enforcamento.

O julgamento, e toda a sua cobertura pelos meios de comunicação, fizeram renascer o interesse pelos acontecimentos da guerra, e o aumento verificado de publicações de memórias e trabalhos académicos ajudou a consciencializar o público em geral sobre o Holocausto.
Livros e filmes foram feitos sobre o sequestro e julgamento deste monstro, mas nada que chegue aos pés da desgraça que impingiu ao povo judeu.

Após seu enforcamento, seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas no oceano para que ninguém tivesse a possibilidade de visitar seu túmulo.

Desde então Israel não perdoa os assassinos de seu povo e vai buscá-los seja onde for para fazer justiça.

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