Fronteiras da Ciência

Felicidade não é o destino

02/10/2021
Felicidade não é o destino | Jornal da Orla

A discussão entre os irmãos se fazia acalorada. Ela, com nove anos, não conseguia entender e nem tinha a paciência necessária para as peraltices do irmão mais novo, então com cinco anos.

A cada aproximação dele, fosse para convidar para brincar no seu universo, ou para dividir uma nova descoberta que fazia, encontrava na irmã o azedume e a indisposição.

Ela se acreditava a dona da razão, e o irmão, muito infantil. Para ele, no entanto, ela era a referência, a sua heroína.

Porém, frente a tanta má vontade e mau humor, ele chegou ao seu próprio limite. Foi nessa hora que, colocando as pequenas mãos na cintura, fitou a irmã seriamente e lhe lançou a pergunta.

-Luiza, você é feliz?

Sem entender bem o porquê da pergunta, respondeu-lhe, quase que por obrigação:

-Sou feliz sim. Por quê?

À resposta ríspida, na sua sagacidade infantil, argumentou o irmão:

-Então, por que você está sempre brigando comigo? Quem é feliz não briga com as pessoas!

E, com essa conclusão sábia do pequeno, encerrou-se a discussão entre os dois.

 

[com base na Redação do Momento Espírita]

 

A conclusão do menino nos traz boas reflexões a respeito da felicidade.

Muitas vezes esquecemos do quanto podemos ser felizes, do quanto temos de felicidade.

Isso porque muitos de nós acreditamos que felicidade é um lugar aonde chegar, é um objetivo a alcançar, é uma meta a ser conquistada.

Não poucos imaginamos que a felicidade está na posse do dinheiro, esquecendo-nos de tantos milionários infelizes, afundando-se em processos depressivos.

Outros temos a certeza de que a felicidade acompanha a fama, o reconhecimento social, o sucesso, não percebendo que não poucos artistas e frequentadores de capas de revistas e colunas sociais buscam fugas das mais variadas, para esquecer-se de si e de sua vida.

E, por outro lado, encontramos a felicidade em muitos que já têm a saúde do corpo comprometida, os recursos financeiros limitados, as marcas indeléveis dos reveses sofridos.

Isso nos diz que não será a dor que nos fará infelizes, nem a falta de saúde, tampouco a limitação financeira de nosso orçamento.

Ser feliz é opção de quem caminha pelas estradas da vida ciente de que ela é rica em aprendizados. E dores, reveses, limitações são ferramentas para que as lições ganhem consistência em nós.

Percebendo isso, nos daremos conta de que a generosidade do Grande Arquiteto do Universo, a nos ofertar tudo que está ao nosso redor, é o principal motivo para sermos sempre muito felizes.

Não ache que só será feliz quando a sua vida estiver livre de problemas e quando todos os seus sonhos forem realizados. 

Isto pode lhe causar uma grande frustração. 

Pense que a felicidade é uma escolha diária, é o modo como você leva a vida diariamente, e não uma recompensa que só vai chegar depois de tudo.

Qualquer que seja o caminho que você escolher, busque a felicidade durante a caminhada. A felicidade não é o destino, não é um ponto de chegada. A felicidade é uma jornada, por isso ela pode e deve fazer parte da sua rotina.