Economia

Pandemia é túnel do tempo para novas oportunidades

21/08/2021
Pandemia é túnel do tempo para novas oportunidades | Jornal da Orla

Além do impacto sanitário, a pandemia também provocou mudanças rápidas e até drásticas na atividade econômica. Pressionadas pela realidade e suas restrições, as pessoas precisaram se adequar, reinventar, rever processos e a própria mentalidade. A crise de saúde acabou acionando um gatilho para o empreendedorismo. 

“Nada será como antes”, afirma o gerente regional do Sebrae, Marco Aurélio Rosas. “A pandemia colocou as empresas num túnel do tempo e as levou para cinco anos à frente. As empresas ficaram mais digitais e robustas”, completa. “Felizmente, algumas delas até cresceram”.

Ele explica que este processo de digitalização e uso da internet como ferramenta é irreversível. “As pessoas vão continuar fazendo a compra do mês pela internet mesmo quando a pandemia acabar”, argumenta. Neste sentido, o desafio dos empreendedores é saber se posicionar na internet, utilizando recursos como as redes sociais e aplicativos. 

Marco Rosas explica que a pandemia afetou de modo especial os empreendedores da Baixada Santista, pois teve grande impacto em dois segmentos muito importantes na região: turismo e economia criativa. 

 

Inovação
Segundo ele, a pandemia obrigou os empreendedores a se reinventarem e se adequarem à situação. Rosas cita o exemplo de um proprietário de academia, que precisou fechar por conta das restrições sanitárias, mas sobreviveu alugando os equipamentos para seus clientes treinarem em casa. 

 

Identificar oportunidade
Ter talento para fabricar algum produto ou fazer uma tarefa não significa necessariamente que o negócio dará certo. O gerente regional do Sebrae, Marco Aurélio Rosas, explica que é preciso torná-lo financeiramente viável. “É preciso fazer um plano de negócio, um planejamento, para saber se é viável ou não, saber quanto é preciso investir, em quanto tempo este investimento trará retorno”, explica. Ele exemplifica com um caso de uma pessoa que o procurou com a ideia de abrir uma padaria, mas não gostava de acordar cedo. “Por mais que aquela padaria fosse viável economicamente é muito provável que o insucesso aconteceria”, completa.

 

Formalizar o negócio
Registrar o negócio abre uma série de oportunidades ao empreendedor, em vez de ele continuar na informalidade. Com um CNJP (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), é possível fornecer para empresas privadas e órgãos públicos (prefeituras, governos estaduais) e entidades, pois estas exigem que o contrato seja firmado com uma pessoa jurídica. 

O tipo de pessoa jurídica varia de acordo com o faturamento anual: até R$ 81 por ano, Microempreendedor Individual (MEI); de R$ 81 mil a 360 mil, microempresa; de R$ 360 mil a R$ 4 milhões, Empresa de Pequeno Porte (EPP).

O gerente regional do Sebrae destaca ainda que ao microempreendedor individual tem assegurado os benefícios da Previdência Social, como aposentadoria e auxílio no caso de sofrer um acidente. 

 

Planejamento e sobrevivência
Dados do Sebrae indicam que 19% dos microempreendedores individuais encerram as atividades antes de completar um ano. Segundo Marco Aurélio Rosas, as três principais razões são a falta de planejamento, gestão ineficiente e falta de comportamento empreendedor. “Não basta apenas ser um excelente serralheiro, precisa saber lidar com fornecedores, clientes, a questão burocrática”, explica. “Ser empresário não significa ser empreendedor”, destaca.