Santos

Revitalização do Centro inclui projetos habitacionais e novos negócios

17/07/2021 Da Redação
Revitalização do Centro inclui projetos habitacionais e novos negócios | Jornal da Orla

Apesar de ter entrado no foco de todos prefeitos ao longo das últimas décadas, a revitalização do Centro de Santos não aconteceu até o momento. Ao contrário: algumas áreas aprofundaram seu processo de esvaziamento e até mesmo degradação. No entanto, a atual administração traça uma perspectiva otimista, apostando em estratégias baseadas na ocupação dos espaços com habitações e incentivos para atividades econômicas ligadas à tecnologia, educação e atendimento hospitalar.

O secretário de Planejamento de Santos, Fábio Ferraz, acredita que está sendo criada uma “onda positiva” que vai garantir as condições para a realização de investimentos no Centro.

Ferraz explica que dificilmente o centro voltará a ter as características da época em que o comércio era mais forte, quando as pessoas costumavam ir “à cidade” e, neste sentido, é fundamental redefinir suas potencialidades. 

“A lógica é o incentivo à moradia, preservando o patrimônio em nichos significativos como a Rua do Comércio, a Rua XV de Novembro, a Praça Mauá e seu entorno. Mas, ao mesmo tempo, aproveitando terrenos, edificações e armazéns no chamado Centro Expandido, região que inclui os bairros Paquetá, Vila Nova, Bairro Chinês e parte da Vila Mathias”, explica.

O secretário informa que está sendo feito um mapeamento dos locais que poderão abrigar projetos habitacionais. “Estamos trabalhando para a concretização de uma grande PPP, com a possibilidade de o poder público injetar recursos para incentivar a iniciativa privada a construri no Centro”, destaca, acrescentando que a CDHU já manifestou interesse em colaborar e a Prefeitura espera contar com a participação do governo federal. 

Ferraz prevê o atendimento de pessoas com renda familiar entre dois e seis salários mínimos e, em seguida, as com renda familiar entre 6 e 10 salários mínimos. “Quem sabe a gente consegue construir 500 unidades habitacionais”, completa.

Ele acredita que esta dinâmica permitirá, em vez de construir do zero, a adaptação de imóveis construídos originalmente com finalidade comercial, para se tornarem moradias. “Um prédio onde havia 60 escritórios pode se transformar um com 40 moradias”, exemplifica.

 

Novos negócios
O secretário de Planejamento destaca que outra estratégia é criar condições que estimulem a instalação de empresas no centro. “Se alguém chegar na prefeitura e informar que quer instalar uma pizzaria na cidade, nós vamos tentar convencer essa pessoa a instalar no centro”, brinca.

Fábio Ferraz acredita que a região central tem boas condições de abrigar empresas ligadas ao setor tecnológico, universidades e até hospitais. Neste contexto, ele prevê que o Parque Tecnológico terá participação fundamental. “Vai incubar start-ups, pequenos empreendedores, mas também aproveitando os vetores econômicos vocacionais, como o Porto. Fazer com o que o Parque Tecnológico seja um celeiro de tecnologia, para sermos protagonistas no mercado de tecnologia brasileiro”.

Remodelação do Mercado e VLT

A remodelação do Mercado Municipal, no Paquetá, também é visto como uma mola propulsora de desenvolvimento da região. Além de mudanças nas estruturas físicas, o projeto prevê a instalação de novos segmentos, como espaço que destaca as gastronomias de diversos países, uma cervejaria artesanal, espaço para eventos e comércio de artesanato. 

O secretário Fábio Ferraz acredita que o Mercado revitalizado será um indutor das atividades nos arredores. Ele acrescenta que o processo ganhará novo impulso com o funcionamento da segunda etapa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que terá estações de parada no Mercado e passará por vias importantes como as ruas João Pessoa e Amador Bueno. “O VLT vai qualificar o entorno das estações, terão um impacto direto na economia local”.