A pandemia de coronavírus trouxe muitos percalços ao brasileiro. Entre o colapso da saúde, da economia e a dificuldade de gestão destes tópicos pelos órgãos públicos, conseguimos já vislumbrar a solução do problema: a vacina. Porém, até mesmo a esperança da abertura do calendário vacinal enfrenta dificuldades e uma delas é o transporte deste imunizante para todo o território do País.
Como funciona o sistema de distribuição das vacinas?
O mapa do Brasil conta com um raio gigantesco. De Macapá, uma das regiões mais afetadas pela covid-19, ao Rio Grande do Sul, as doses não estão em abundância. Então, quando adquiridas, precisam ser bem aproveitadas e delegadas.
É uma responsabilidade dos governos dos estados encaminhar uma certa quantia de vacinas para cada município participante da cobertura vacinal. Utilizando o Centro do País como exemplo, uma transportadora em Goiás irá receber a incumbência do governo do estado, que, por sua vez, foi comunicado pelo Governo Federal da aquisição das doses. Esta transportadora irá ter que assegurar as condições para o transporte correta deste material da ponta mais próxima até a mais longínqua da extensão goiana.
O “pulo do gato” está justamente neste ponto. A empresa responsável pelo transporte do imunizante precisa fornecer as condições de temperatura e pressão adequadas para que a substância permanece inalterada.
Quais são as vacinas que circulam em território nacional?
Atualmente, o Brasil distribuí vacinas da Sinovac (Coronavac) e do laboratório Astrazeneca (Oxford/Fiocruz). Cada uma possui uma condição distinta, o que encarece esse armazenamento. O contingente produzido na China é composto por aplicação de 2 doses, tomadas com intervalo de 45 dias entre elas. São Paulo, por exemplo, vacina idosos e profissionais da Saúde, como previsto na primeira etapa do plano do governador João Doria para livrar o estado do vírus.
A Coronavac também é amplamente distribuída por toda a extensão territorial após o Ministério da Saúde assinar a aquisição. O episódio ocorreu diante uma ampla gama de ataques e desentendimentos entre Doria e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
A Fundação Oswaldo Cruz também investe pesado nas doses parceiras do laboratório Astrazeneca e da Universidade britânica de Oxford. O maior número de doses está concentrada no Rio de Janeiro.
Em que essas operações de entrega de imunizantes são baseadas?
Toda a logística gira em torno do PNI, o Plano Nacional de Imunização. Dentro dele, há detalhes da operacionalização do sistema entre retirada, transporte, chegada, armazenamento e, de fato, aplicação em postos físicos ou em formato drive-thru (onde não é necessário nem sair do carro para receber uma aplicação).
Relembramos que todo o material sai via Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Sendo assim, as regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste contam com transporte terrestre. Voltando ao exemplo da transportadora em Goiás, o material para estas localidades deverá ter um melhor acondicionamento dos que vão para São Paulo e Rio de Janeiro. Isso pela distância e condições climáticas. Mas, ainda sim, é possível que a viagem seja executada tranquilamente por terra.
Já outro ponto citado no artigo, que foi Macapá, tem uma distância inviável para que esse transporte seja realizado via modal rodoviário. Todo o processo para as regiões Norte e Nordeste são realizados via transferência por segmento de transporte aeroviário e despois distribuído para as centrais via modal rodoviário.
Centrais de Distribuição
Tem o papel importante de receber as vacinas despachadas por São Paulo e, em seguida, organizar a distribuição nos pontos de vacinação.
Todos ficam localizados nas capitais de cada estado e é incumbência dos governadores destinar as doses. Elas devem ser armazenadas em locais seguros e com pouca exposição à luz solar. A Coronavac e a Oxford/Astrazeneca trabalham com uma média de 2 a 8 graus para garantir refrigeração.
Para entender mais como funciona, na prática, o processo de viabilizar as vacinas para o Brasil inteiro, continue nos acompanhando. Permaneça atento e fique em casa.