Notícias

Lúpus não tem cura, mas tratamento garante vida saudável

20/02/2021
Lúpus não tem cura, mas tratamento garante vida saudável | Jornal da Orla

Uma doença sem cura, que afeta 65 mil brasileiros, 90% mulheres. O “Lúpus Eritematoso Sistêmico” (LES) é uma doença inflamatória autoimune que pode afetar diversos órgãos e tecidos do corpo, como a pele, as articulações, os rins e o cérebro. 

Doença autoimune é aquela em que o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Em casos mais graves, especialmente se não for tratado adequadamente, o lúpus pode matar.

Além de não ter cura (o tratamento busca melhorar a qualidade de vida do paciente), não se sabe a causa da doença. Diversos estudos científicos indicam que as doenças autoimunes podem acontecer devido a uma combinação de fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.

 

Gatilhos desencadeiam crise
A pessoa descobre ter Lúpus Eritematoso Sistêmico ao sofrer uma crise desencadeada por algum desses gatilhos:
• Exposição à luz solar de forma inadequada e em horários inapropriados;
• Infecções, que podem iniciar o lúpus ou causar uma recaída da doença;
• O uso de alguns antibióticos, medicamentos usados para controle de convulsões e pressão alta.

 

Sintomas
Manchas vermelhas na pele, em formato de borboleta no rosto, febre, dor nas articulações e cansaço são sintomas que podem indicar lúpus. 

Mulheres negras são mais afetadas. Além destes sintomas, também apresentar queda do cabelo, feridas dentro da boca, erupção avermelhada no rosto após exposição solar e anemia. 

Em casos mais severos, a doença afetar os rins, o coração, o sistema digestivo e causa convulsões.

Para confirmar o diagnóstico, apenas os sintomas não bastam — podem indicar outro problema, como dermatite seborreica. É preciso fazer exames de sangue específicos. Em alguns casos, o médio pode solicitar exames de raio-X do tórax ou biópsia renal, para identificar se existem lesões inflamatórias nos órgãos.

 

Neste caso, cloroquina é eficaz
Exaltados por negacionistas como “cura” para a covid-19, a hidroxicloroquina e a cloroquina são prescritas para tratamento de lúpus. A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) informa que os medicamentos são indicadas para estes doenças, com uso contínuo, isto é, devem ser tomados mesmo quando não há manifestação de sintomas. O uso indiscriminado, como o chamado “tratamento precoce”, não apenas é ineficaz contra o novo coronavírus como pode gerar graves consequências como arritmia cardíaca, com possibilidade de morte.

 

A origem do nome
Os sintomas da doença foram descritos pela primeira vez por Hipócrates (460-370 a.C.), mas o seu nome foi dado em 1851 pelo médico Pierre Cazenave, que achou as lesões no nariz e bochechas dos pacientes pareciam mordidas de lobos, daí lúpus eritematoso (lúpus = lobo, eritematoso = vermelho).