
A pandemia piorou o que já era péssimo. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, revela que 34,3% dos fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante o período de isolamento social: 22,8% aumentaram em dez, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros.
Embora este sábado (29) seja o Dia Nacional de Combate ao Fumo o assunto deve ser debatido o ano inteiro.
O pneumologista Ronaldo Macedo alerta para um agravante: o consumo de bebidas alcóolicas também aumentou na pandemia. Segundo ele, os dois vícios pioram o quadro clínico de quem contrair Covid-19. Além disso, fumar e beber mais pode agravar quadros alérgicos, condições cardiovasculares adversas, doenças agudas e até tumores.
DICAS PARA PARAR DE FUMAR
– Não fumar dentro de casa. O fumante só vai sair para fumar se estiver na fissura, ou seja, com a abstinência da substância química.
– Identificar gatilhos que despertem a vontade: reduzir bebidas alcoólicas e café.
– Quem fuma no carro pode deixar o maço no porta-malas, pois dificulta o consumo.
– Reduzir gradativamente o consumo diário. Adiar o primeiro cigarro do dia é uma boa estratégia.
– Fazer atividades físicas aumenta a produção de endorfina, hormônio que ajuda a diminuir os efeitos da abstinência.
– Existem tratamentos com eficácia comprovada, mediante a administração de nicotina por via oral ou adesivos, com a redução gradativa da quantidade da droga. “Geram excelentes resultados, mas precisam ser acompanhados por especialistas e com apoio psicológico”, finaliza o médico.
Ajuda profissional
O especialista alerta que casos de depressão mais graves precisam ter acompanhamento profissional. “Não se cobre uma decisão em um momento de extrema ansiedade, como é o do isolamento. Tudo tem hora certa para acontecer. Por isso, procure ajuda médica”, completa.
MITOS DO TABAGISMO
O pneumologista alerta que o cigarro eletrônico também faz mal, pois, apesar de não exalar cheiro e produzir menos fumaça, contém nicotina.
Embora alguns o consideram menos prejudicial, por ser “orgânico”, o cigarro de palha é pior pois contém nicotina equivalente a quatro cigarros comuns.
MUDANÇAS IMEDIATAS E DURADOURAS
• Apenas 20 minutos após interromper o vício, a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados.
• Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta.
• Passadas 24 horas, o risco de ter um acidente cardíaco diminui.
• Após 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar e os sentidos de olfato e paladar melhoram.
• Em até três meses, a circulação sanguínea melhora e fica mais caminhar, pois a função pulmonar se recupera em até 30%.
• Após nove meses, os sintomas como tosse, rouquidão e falta de ar ficam mais tênues.
• Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%.
• Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.
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