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Carrefour se aproveita de pandemia para aumentar ganhos

24/03/2020Da Redação
Carrefour se aproveita de pandemia para aumentar ganhos | Jornal da Orla

Enquanto os brasileiros temem pelo pior, a rede de supermercados Carrefour se aproveita da situação e, com o aumento da necessidade de as pessoas receberam as compras em domicílio, está cobrando Taxa de Entrega (R$ 7) e Taxa da Equipe de Seleção (R$ 6) – esta última a pretexto de pagar os funcionários que vão nas gôndolas pegar os produtos escolhidos pelo consumidor.

Numa situação normal, faria sentido tais cobranças —afinal, é uma comodidade para o cliente. Mas não é o caso. Estamos sob a ameaça de uma pandemia e diversas pessoas simplesmente não podem ir pessoalmente ao mercado nem têm alguém que possa fazer as compras por ela. 

Em um momento de crise, que tende a se agravar nas próximas semanas, o que se espera de uma empresa do porte do Carrefour é um mínimo de responsabilidade social e que ela isente (totalmente ou ao menos parcialmente) a cobrança destas taxas. 

E nem está se questionando se a maior parte do arrecadado com estas taxas realmente deixa de ir para os trabalhadores, a pretexto de arcar “custos operacionais e/ou administrativos”. 

Não é razoável exigir sacrifício apenas da população em um momento tão delicado, as grandes empresas, que verdadeiramente tem mais capacidade de contribuir: o Carrefour, por exemplo, teve um lucro líquido de R$ 636 milhões apenas nos três últimos meses do ano passado.

 
É hora de as grandes empresas darem exemplo de compromisso social com a Nação.

 

Outro lado

Procurado para se manifestar sobre o assunto, o Carrefour Brasil limitou-se a dizer que: “todas as entregas a domicílio são realizadas pela Rappi. Diante disso, é a empresa que é responsável pela cobrança da taxa”.
Questionado se faria sua parcela de sacrifício arcando os custos de entrega, o Carrefour silenciou. 

A Rappi ao qual o Carrefour se refere é uma startup que, por intermédio de um aplicativo, intermedia entregas, conectando empresas fornecedoras e entregadores — normalmente ciclistas munidos de um baú em forma de mochila. Trata-se de um trabalho informal, pois não há vínculo empregatício do empregador com o aplicativo. Assim, o que o Carrefour parece sugerir é que o entregador, que está nesta atividade por falta de opções melhores, trabalhe de graça.