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Resenha da semana: Bad Boys para Sempre

01/02/2020
Resenha da semana: Bad Boys para Sempre | Jornal da Orla

O gênero "buddy cop" fez bastante sucesso nos anos 70 e início dos anos 80, juntando dois parceiros com estilos totalmente diferentes aliado a muita comédia com ação. Daí, saíram franquias bem sucedidas, como Máquina Mortífera, Um Tira da Pesada e Bad Boys, que só veio a estrear em 1995 e juntou, pela primeira vez, Will Smith e Martin Lawrence, que deixavam de ser comediantes para se tornarem astros de blockbusters.

 

Os dois primeiros filmes foram dirigidos pelo frenético e megalomaníaco Michael Bay, que sempre foi divisivo para público e crítica, mas que me agrada nas sequências de ação. E essa é a maior diferença para os outros dois filmes, uma vez que este Bad Boys Para Sempre é dirigido pelos irmãos belgas Adil e Billal, que mantém a essência dos filmes anteriores, porém com uma direção mais contida e um roteiro superior.

 

Não que isso seja suficiente para tornar este longa imperdível, mas é capaz de se tornar um bom passatempo.

No longa, Os policiais Mike Lowery e Marcus Burnett se juntam para derrubar o líder de um cartel de drogas em Miami. A recém-criada equipe de elite do departamento de polícia de Miami, ao lado de Mike e Marcus, enfrenta o implacável Armando Armas. A saída de Michael Bay deste novo longa foi bem aceita pela crítica, e os novos diretores constroem cenas de ação menos "afetadas" e mais limpas e melhor construída do que o diretor anterior. Eles fazem um filme de ação que se reconhece como tal, com destaque para a boa cena de ação final na mansão abandonada no México. O humor politicamente incorreto da dupla se mantém intacto ao passo que suas personalidades são aprofundadas pelos diretores, que criam personagens mais reais e empáticos, cada um com seu pano de fundo.

 

O roteiro, escrito a quatro mãos, acertadamente dá menos atenção a estereótipos do gênero para focar nos personagens e na nova geração que apresenta na tela (que também me agradou, com destaque para o grandalhão perito em T.I que funciona muito bem em uma determinada cena de ação). A trama flui bem entre comédia (contando com a incrível dinâmica entre Smith e Lawrence)  e o drama, sem se apegar aos excessos. Fora a pressa em resolver certas questões em seu último ato, que se fossem executadas de forma mais cuidadosa ganhariam um peso dramático a mais, o filme surpreende por trazer uma trama mais amarrada e centrada na vida dos protagonistas, em um cenário mais íntimo e com consequências que os afetam de verdade.

 

É muito bom rever Will Smith e Martin Lawrence juntos novamente após 17 anos, com tanto carisma vindos de diálogos bem humorados que são perfeitamente traduzidos para a tela pelos atores. Will Smith traz a imponência e segurança para o papel ao passo que Martin Lawrence continua hilário com um timing cômico impressionante. Porém, uma das coisas com maior potencial no filme é a dinâmica deles com os novos oficiais da AMMO, com um interessante conflito de gerações. Faltou um pouco de conexão sentimental que torna-se suas interações mais interessantes, mas isso pode ser mais desenvolvido em próximos filmes.
Bad Boys Para Sempre consegue um resultado satisfatório ao trazer um divertido, engraçado e, para minha surpresa, emotivo filme que resgata o entretenimento à moda antiga com uma dupla que esbanja mais carisma do que a quantidade de tiros e explosões que vemos em tela.

 

Curiosidades: O primeiro longa da franquia lançou o ator Will Smith e o diretor Michael Bay ao estrelato.

 

 

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Foto: Divulgação/Sony Pictures Brasil