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A esquerda brasileira no mundo da lua

03/08/2019
A esquerda brasileira no mundo da lua | Jornal da Orla

A participação de Carina Vitral, militante do PC do B no 25º Foro de São Paulo, em Caracas, na Venezuela, é o retrato da esquerda brasileira e explica, com clareza, os motivos que levaram Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

 

Carina, para quem não sabe, foi candidata a prefeita de Santos em 2016 e em 2018 recebeu 33 mil votos para deputada estadual, ficando como primeira suplente do partido. Ex-presidente da UNE, tem ativa militância política e, ao que parece, resolveu curtir o mundo da fantasia do ditador Nicolás Maduro. 

Enquanto democratas de todo o planeta condenam a ditadura de Nicolás Maduro, integrantes dos partidos de esquerda do Brasil participaram do evento e trataram o regime do ditador como um exemplo para o mundo. 

 

O recado de Mujica
Já o ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, um dos mais respeitados líderes da esquerda mundial, afirmou claramente que a Venezuela vive uma ditadura. Sem meias palavras, falou o que os brasileiros esperam de gente que diz defender os princípios democráticos e os direitos humanos.

Mujica fala com conhecimento. Antes de ser eleito presidente, ficou 12 anos preso, isolado em calabouço, durante a ditadura militar no Uruguai. Sua história é retratada com sensibilidade no filme “A noite de 12 anos”, à disposição no Netflix – imperdível para quem ama a liberdade.

Mas Mujica é um líder diferenciado. Deixou a presidência como entrou: sem grandes bens pessoais, morando num pequeno sítio e andando num velho fusca. Não se deixou seduzir pelas benesses do poder e tampouco pelo dinheiro de propina das empreiteiras…

 

Apolo 11
Em Caracas, Carina Vitral destacou a importância do Foro de São Paulo que, segundo ela, foi responsável por toda uma onda de governos progressistas e agora articula uma grande resistência “contra o golpismo e o fascismo que avança na América Latina, como no Brasil, que gerou um governo de destruição nacional, que não respeita os movimentos sociais, como é o governo Bolsonaro”.

O problema é que em sua viagem ao mundo da Lua, 50 anos depois da Apolo 11, Carina Vitral e seus companheiros da esquerda brasileira, esquecem que ao apoiar o regime sanguinário de Nicolás Maduro, perdem toda a credibilidade para criticar Bolsonaro.

Melhor voltar à Terra e seguir Mujica.