Apesar de a maior parte dos acidentes de trânsito fatais ocorrerem em rodovias, são nas áreas urbanas onde acontecem a grande maioria de colisões e atropelamentos —muitos deles, por não serem notificados, não engrossas as estatísticas de violência do trânsito.
Com o objetivo de alertar para a questão foi criado o “Maio Amarelo”, um movimento internacional que este ano tem como tema “No trânsito, o sentido é a vida”.
São vários os conflitos envolvendo pedestres, automóveis, motocicletas, bicicletas e, agora, outros veículos motorizados como os patinetes elétricos acionados por aplicativo. Tire algumas dúvidas sobre o assunto:
Pedestres
Além de serem as maiores vítimas do trânsito, também são grandes responsáveis pelos acidentes, por atravessar as vias em local inadequado. No ano passado, das 21 pessoas mortas por atropelamento, em Santos, 15 atravessavam fora da faixa de segurança
Faixa Viva
Apesar das campanhas de orientação, muitos pedestres e condutores não entendem a iniciativa. Toda faixa não semaforizada é Faixa Viva, independentemente de ter ou não a inscrição do nome da campanha nas suas bordas. Onde há sinalização semafórica, o pedestre deve respeitar o sinal vermelho. Estender o braço e tentar atravessar, além de equivocado, é arriscado. Da mesma maneira, o motorista não pode querer ser “bonzinho” e parar para o pedestre atravessar estando o sinal verde para o tráfego de veículos. Carros e motos que vêm em seguida podem atropelar o pedestre. A Faixa Viva vem obtendo resultados positivos: em 2010, antes do lançamento da campanha, foram registrados 333 atropelamentos. Sete anos depois, o número caiu para 179.
Idosos
Por conta do grande número de idosos em Santos, os semáforos para pedestres ficam mais tempo aberto, em comparação a outras cidades. Enquanto em outros municípios o tempo é de 1,2 metro por segundo percorrido, em Santos é de 1 metro por segundo (ou seja, 20% de tempo a mais para fazer a travessia). Para conscientizar a população sobre acidentes de trânsito envolvendo idosos, a CET e o Conselho Municipal do Idoso promovem neste sábado (11), às 9h30, uma caminhada no calçadão da praia, entre a Praça das Bandeiras e a Concha Acústica (Gonzaga). Será distribuída a cartilha “Vô na travessia segura”.
Motoristas
Levantamento feito pelo Governo do Estado de SP revelou que 94% dos acidentes com vítimas são causados por falha humana (imprudência, imperícia ou negligência). As infrações mais cometidas em Santos são excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho. Também são frequentes infrações como o uso de telefone celular ao volante e o famigerado estacionamento em fila dupla (notadamente em frente a escolas) ou vagas para idosos e deficientes físicos “só um minutinho”.
Ciclistas
Havendo ciclovia na via, o condutor de bicicleta é obrigado a usá-la, sob pena de ter o veículo apreendido —além dos riscos que oferece para si e para pedestres e automóveis. Onde não houver ciclovia, deve trafegar pela direita da via e respeitar toda a sinalização de trânsito (inclusive e principalmente não andar na contra-mão), pois a bicicleta é um veículo.
CET, Polícia Militar e Guarda Municipal têm feito blitzes para flagrar ciclistas trafegando de forma agressiva (avançar sinal vermelho, transitar na contramão, ou em velocidade incompatível com a via). O infrator tem a bicicleta apreendida e punido a pagar R$ 45,71 para reaver o veículo. O ciclista fica isento desta taxa caso participe de um curso gratuito da CET, sobre noções de cidadania, sinalização e segurança.
Patinetes
A CET informa que está sendo preparada uma legislação municipal para disciplinar o uso de patinetes elétricos acionados por aplicativo. Mas a Resolução 315 do Contran (alterada pela Resolução 465) regulamenta a circulação de equipamentos de mobilidade individual autopropelidos (caso do patinete elétrico): é permitido, na velocidade de até 6 km/h, andar de patinete em áreas de circulação de pedestres. Já na velocidade de até 20 km/h, somente em ciclovias e ciclofaixas. A CET informa ainda que a retirada e a devolução dos patinetes devem ocorrer em áreas privadas, conveniadas com a empresa que oferta o serviço. A utilização da via pública como depósito, sem autorização do órgão/entidade de trânsito, é irregular.
Fotos: PMS
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