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Resenha da semana: Shazam!

06/04/2019
Resenha da semana: Shazam! | Jornal da Orla

A DC definitivamente abandona aquele tom mais sombrio e pesado de seus primeiros filmes e investe quase todas as suas fichas no humor e na mais pura graça infantil. Shazam! (com exclamação mesmo) é o grande exemplo da nova era da DC nos cinemas, após Aquaman, e mostra que a parceria com a Warner vem se encaixando, com uma excelente escolha de diretores e elenco em seus projetos. Shazam! deve agradar todos os públicos por ser um filme leve, com piadas bem encaixadas, um elenco excepcional e uma direção que acerta mais do que erra, e que traz um olhar infantil do clássico da Sessão da Tarde  "Quero ser Grande", para o gênero de Super-Heróis aliado a uma história de identidade, união e amizade.

No longa, Billy Batson (Asher Angel) tem apenas 14 anos de idade, mas recebeu de um antigo mago o dom de se transformar num super-herói adulto chamado Shazam (Zachary Levi). Ao gritar a palavra SHAZAM!, o adolescente se transforma nessa sua poderosa versão adulta para se divertir e testar suas habilidades. Contudo, ele precisa aprender a controlar seus poderes para enfrentar o malvado Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong). A Warner apostou em David F. Sandberg, mais um diretor que veio de filmes de terror, como foi o caso de James Wan em Aquaman, e que aqui transita com total harmonia entre momentos de humor e tensão. O diretor consegue captar toda a aura daqueles filmes juvenis dos anos 80 e transformou em uma das mais criativas e engraçadas jornadas de herói já passada para as telas. Mostrando-se a vontade em um gênero que ainda não tinha abordado, Sandberg cria momentos hilários, com nas cenas em que Shazam descobre seus poderes ou nas com mais emoção, como as junto a família. Porém, não se sai tão bem nas cenas de ação, mostrando pouca desenvoltura e inovação em relação ao que foi criado em Aquaman. 

O roteiro, escrito por Henry Gayden, consegue ser eficaz ao mostrar as origens dos poderes do herói, usando isso como trunfo pelo fato do pouco conhecimento do público pelo personagem. E falando em personagem, a relação entre eles é um dos pontos altos do roteiro que constrói cada um com sua personalidade e que transbordam em química e carisma. O roteirista molda o caráter de seus personagens através do abandono familiar e mostra, com perfeição, como se sentiria um adolescente de 14 anos em um corpo de adulto e ao descobrir que pode se transformar em um ser extremamente poderoso somente proferindo uma palavra. Uma das boas sacadas do texto é questionar o que realmente é ser herói e qual os limites entre bem e mal.

O longa nunca almeja ser épico e possui um tom simplista que cai bem devido a sua história mais intimista, porém achei o filme tecnicamente fraco, com pobres efeitos especiais e uma péssima caracterização dos monstros que representam os sete pecados capitais. 

Shazam! pode ter sido a escolha mais acertada de elenco do universo da DC até agora. Zachari Levi prova ser um astro da comédia esbanjando carisma do início ao fim. Em nenhum momento duvidei que poderia existir um menino dentro daquele corpo e ele entrega uma atuação autêntica e fora do comum. Outro destaque fica para seu irmão nerd, interpretado pelo excelente Jack Dylan Grazer que divide os melhores momentos do longa com Levi.

Shazam! é o filme certo para se levar a família e sair com o coração cheio de nostalgia. É um filme divertido, envolvente e que sua criança interior agradecerá por ter visto ao sair do cinema. 

Curiosidades: Seu nome original é Capitão Marvel, só em 1973 o herói começou a se chamar Shazam, isso porque a Marvel possuía os direitos da marca “Capitão Marvel”.

 

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