Digital Jazz

Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz – 7 anos

10/11/2018
Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz – 7 anos | Jornal da Orla

O tempo passou muito rápido e confesso que nem senti que completamos 7 anos de vida. Foram 2.555 dias de trabalho ininterruptos, 24 horas no ar, transmitindo pela internet, com uma programação diariamente renovada, com o melhor do Jazz, Bossa Nova, Instrumental Brasileiro, MPB e o Blues.

 

Em 11/11/11, precisamente às 11h11, a Rádio Jornal da Orla/ Digital Jazz estreou, numa ousada parceria, que sempre teve como objetivo levar a música de qualidade a um maior número de pessoas, de forma democrática e sem nenhum tipo de restrição.

 

A cada dia uma nova programação, com dias e noites vividos sem rotina, com muita pesquisa e acima de tudo um grande prazer de levar até você uma seleção musical que possa lhe fazer companhia. Em qualquer lugar deste planeta.

 

A rotina da rádio começa bem cedo, com uma média de 3 horas de trabalho para elaborar a programação de 24 horas e para baixar as músicas do meu acervo físico de mais de 10.000 CD's, que, aos poucos, vão sendo incorporados ao acervo da rádio.

 

Um trabalho silencioso, solitário, que ninguém vê ou imagina, mas que continua sendo, para mim, extremamente prazeroso e gratificante.

 

A rádio pode ser sintonizada somente através da internet, nos portais do Jornal da Orla e da Digital Jazz.

 

O acervo musical da rádio também continua crescendo diariamente e já conta com mais de 50.000 músicas, marca que poucas rádios no mundo conseguiram atingir. Sem dúvida, isso é o grande diferencial do veículo, garantindo sempre uma programação inédita e qualificada.

 

Outro ponto importante de informação é a coluna da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz publicada na edição do final de semana do Jornal da Orla, com mais de 380 publicações. 

 

A Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz faz parte das atividades permanentes do Rio Santos Bossa Fest (janeiro) e do Rio Santos Jazz Fest (abril). Festivais musicais anuais, democráticos, acessíveis e que tem a missão de formar novos públicos.

 

Os agradecimentos são dedicados a você, que nos acompanha diariamente na rádio ou semanalmente aqui na coluna e que é a verdadeira razão da minha vida.

 

Viva a música, que tem o raro poder de aproximar e transformar a vida das pessoas! Gratidão!

 

Leo Gandelman – “Vip Vop”

O nome do trabalho autoral, independente e de estúdio do saxofonista Leo Gandelman, que considero um dos sopros mais marcantes da nossa música, é bastante sugestivo. Faz alusão aos termos “Very Important People” – Vip e “Very Ordinary People” – Vop, muito usados, para designar as pessoas.

 

Leo, além de músico, é produtor, arranjador, compositor e é considerado um dos artistas mais requisitados da cena musical. Por isso, consegue transitar sem nenhum problema pelo Jazz, MPB, Pop e a Música Clássica. Um músico completo, versátil, sensível e muito talentoso.

 

“Vip Vop” é um trabalho feito com muito critério e absoluta qualidade, dando ênfase principalmente ao repertório instrumental da Bossa Nova e do Samba Jazz, que ganharam, nos dias atuais, muito espaço e vários lançamentos, perpetuando sua importância aqui no Brasil e também pelo mundo afora.

 

Estes gêneros influenciaram e inspiraram Leo Gandelman e seu parceiro pianista, David Feldman, nas composições do disco, pois podemos encontrar em todos os 10 temas do CD, lançado pelo selo Sax Samba (de Leo Gandelman), pitadas da sonoridade do final da década de 50 e início da década de 60. Ganhou também uma bela versão em DVD, num show gravado ao vivo no Teatro Municipal de Niterói, curiosamente todo em preto e branco. 

 

Destaco as faixas “Sinal Vermelho” e “Nego Tá Sabendo”, com uma levada bem brasileira, as baladas “Luz Azul” e “Neshama” e também os lindos temas “Lançamento”, “Numa Boa” e “Camisa 7”.

 

Destaque para as participações do seu grande parceiro David Feldman no piano, Alberto Continentino no contrabaixo, Renato Massa na bateria e a presença especial em algumas faixas do disco de Serginho Trombone no trombone, Guto Wirti no contrabaixo, Rafael Barata na bateria e Sidinho Moreira na percussão.

 

E, como muito bem definiu Leo Gandelman sobre o seu trabalho “Vip Vop”, que pode ser considerado “sofisticado e descomplicado”. Recomendado para você que curte o melhor da Música Instrumental Brasileira.

 

 

João Parahyba – “O Samba no balanço do Jazz”

O talentoso percussionista, baterista, compositor e produtor, também é um dos nomes mais respeitados da nossa MPB. Por muitos anos participou com a sua “timba”  (surdo de mão) ritmada do famoso Trio Mocotó e, na carreira de mais de 40 anos, acompanhou vários dos grandes nomes da nossa música. Só para citar alguns deles: Jorge Benjor, Ivan Lins, Toquinho e Vinícius, Chico Buarque, Milton Nascimento e Cesar Camargo Mariano.

 

Também resolveu em seu último trabalho, lançado pelo selo Sesc, fazer uma releitura da sonoridade do Samba Jazz, ao lado de um sexteto bem afinado. Outra bela e muito bem recomendada homenagem ao gênero.

 

A produção do disco foi assinada por Roy Cicala, que, entre tantos trabalhos, foi responsável pelo disco “Imagine” de John Lennon e de alguns trabalhos ao lado de Frank Sinatra. Um nome de peso participando do projeto.

 

O repertório passeia por algumas de suas composições e pelos clássicos de Villa-Lobos, Moacir Santos, João Donato, Maurício Einhorn, Durval Ferreira, Laércio de Freitas, Amilton Godoy entre outros.

 

Destaco os temas “O Trenzinho Caipira” (numa levada digna de uma locomotiva rítmica), “Nanã”, “Sambou, Sambou”, “Number One”, “Búzios”, e “Batida Diferente/Estamos Aí”, numa versão sensacional.

 

Seus parceiros de estúdio foram Giba Pinto no contrabaixo, Rudy Arnaut na guitarra, Marcos Romera piano,

 

Teco Cardoso no sax e flauta e as participações especiais de Tiago Costa no piano e Clayber de Souza na gaita, entre outros.

 

A sua “performance” une ritmos tradicionais, como o Jazz, o Samba, ritmos afro-brasileiros, folclore a sonoridades contemporâneas (sequencers, baterias eletrônicas e computadores).

 

O Samba Jazz agradece por ter sido muito bem representado e homenageado pela levada ritmada e bem brasileira de João Parahyba.