Em junho, quatro santistas arrumaram as malas e embarcaram rumo à Rússia para acompanhar a seleção brasileira na Copa do Mundo. Em uma jornada de 20 dias na terra de Vladimir Putin, os amigos viajaram por Moscou, Rostov do Don, Sóchi e São Petersburgo, seguindo os passos do time canarinho na primeira fase do Mundial.
O país de incríveis monumentos históricos e língua incompreensível para nós, brasileiros, lhes reservou várias surpresas. Eles nos contam o que viram:
“Foi uma experiência única”
O que mais chamou a atenção do empresário Carlos Morelli foi a hospitalidade do povo russo. “A Rússia me surpreendeu positivamente. É um país organizado, onde não se vê miséria e come-se bem. Mas a alegria dos russos com a Copa foi incrível! No metrô, por exemplo, nos estendiam a mão para cumprimentar, davam abraços. Eles estão felizes em sediar o evento”.
Acostumado com o calor de Santos, Morelli não estranhou o clima nas cidades russas que visitou, onde os termômetros chegaram a marcar 35 graus. “Na Rússia não quase não tem noite. O céu escurece lá pelas 21h e às 3h já está claro”, explica.
O controverso presidente Vladimir Putin é a verdadeira celebridade do país, lembra Morelli. “Putin é rei na Rússia. A popularidade dele é altíssima. Diante disso, talvez o país siga os passos do Brasil e se candidate a sediar as Olimpíadas, por exemplo”.
O idioma não chegou a ser um problema para os quatro amigos, ainda que sejam poucos os russos que falam inglês. O revés mesmo, diverte-se o empresário, foi driblar a malandragem dos taxistas. “Quase nenhum taxista fala inglês e, por isso, eles tentam cobrar valor maior do que o certo na corrida. Ainda bem que existe o Google”.
“São Petersburgo é um patrimônio da humanidade”
Da famosa e deslumbrante Praça Vermelha, em Moscou, à periferia de São Petersburgo, a arquitetura da Rússia foi o que mais encantou o empresário Nelson Silva. “A Rússia não fica devendo nada para nenhum outro país, como a França, Portugal ou Itália. A Praça Vermelha é um espetáculo! Fiquei impressionado com os prédios da periferia de São Petersburgo, que seriam como o nosso BNH, aqui em Santos. Aliás, São Petersburgo é um lugar incrível, um patrimônio da humanidade”, conta.
Nelson garante que há grande torcida pela seleção canarinha entre o povo russo, mas as lamentáveis demonstrações de machismo por parte dos brasileiros, que ganharam notoriedade no início do mundial, deixaram os russos chateados. “O povo é muito hospitaleiro. Em todos os lugares, as pessoas se ofereciam para ajudar. Mas, depois da polêmica, sentimos que os russos ficaram um pouco desconfiados com os brasileiros”, lamenta.
Quando o assunto é gastronomia, o empresário é todo elogios. “Comemos e bebemos muito bem! Provamos um vinho da Geórgia maravilhoso. Mas lá tem cada vodca maravilhosa, que nem dá pra explicar. Há um ritual interessante para quem pretende comer o estrogonofe. Antes do prato tem que tomar vodca, eles insistem”, diverte-se. Questionado se pretende visitar a Rússia novamente, Nelson não titubeia: “Voltaria amanhã!”.
Muita história e arte para desvendar
A Rússia ainda recupera sua economia após a queda no preço do petróleo e dos anos de embargo adotado pelos Estados Unidos e União Europeia, depois que o governo russo anexou a Criméia, em 2014. Por este motivo, o turismo naquele país era pouco explorado, antes da Copa.
Integrante da “comitiva” santista, o empresário José Eduardo Gomes acredita que a competição abriu definitivamente as portas da Rússia para o mundo. “É um país incrível, mas pouco conhecido, principalmente por nós, brasileiros, pois está fora dos roteiros mais famosos, como França e Portugal. Mas eu indico! Como os governos da Rússia e Brasil possuem um acordo, não é necessário visto para entrar lá. Até por isso, acho que os brasileiros são muito bem vindos”, comemora.
Para desvendar a Rússia sem medo dos símbolos e números presentes no idioma, o empresário indica lançar mão do celular. “A gente se comunicava muito pelos aplicativos, pois até mesmo o inglês falado pelos russos é difícil de entender. Ainda bem que alguém inventou esses apps!”.
Muita história, arquitetura deslumbrante e arte por todo o canto definem a Rússia, segundo Eduardo. “A cultura é muito preservada por lá. Quem gosta de ler sobre os czares, castelos e política, tem que viajar para lá. A arte e arquitetura também são maravilhosas”.
A segurança também impressionou o empresário. “Antes de sair do Brasil recebemos várias informações de que a Rússia era um país perigoso. Mas é exatamente o contrário! É um país muito seguro, onde se pode andar com o celular na mão com tranquilidade. Na verdade, deveriam falar ‘cuidado com o Brasil’, isso sim!”, diverte-se Eduardo.
“Estádios excelentes”
Nesta jornada para acompanhar a seleção brasileira no Mundial da Rússia, o empresário Edgar Basaglia não só se surpreendeu com a receptividade por parte dos russos, como também por um componente muito importante em um campeonato como esse: os estádios!
O país-sede causou polêmica ao gastar cerca de R$ 14 bilhões na construção de 12 equipamentos (cerca de R$ 1 bilhão cada). Contabilizada toda a infraestrutura, o custo total da Copa russa atingiu R$ 51 bilhões.
Os altos investimentos, segundo Edgar, garantiram conforto de alto nível para os torcedores. “Os estádios têm um esquema sensacional, com recepção excelente em todos os setores. Nos lugares onde vimos os três jogos, a visibilidade era perfeita. Tudo muito organizado e limpo.”
A satisfação dos quatro amigos nessa aventura nas quatro cidades russas animou o empresário para uma possível volta ao país. “Quando voltar, levarei toda a família. A Rússia é, realmente, um país de primeiro nível!”, elogia.
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