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Resenha da semana: Jurassic World: Reino Ameaçado

16/06/2018
Resenha da semana: Jurassic World: Reino Ameaçado | Jornal da Orla

O mestre Steven Spielberg apresentou ao mundo em 1993 o clássico Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros, que entrou no imaginário de vários cinéfilos como um dos filmes mais encantadores e que revolucionou o cinema, com o diretor mais uma vez redefinindo o termo Blockbuster. Após um segundo filme decepcionante e um terceiro mais ainda, foi apenas em 2015 que a franquia ressurgiu, apresentando dinossauros alterados geneticamente e reciclando a fórmula do primeiro, e acabou fazendo bastante sucesso nas bilheterias. Jurassic World: Reino Ameaçado amplia o clima de terror, até então pouco explorado na série, mas infelizmente toma decisões erradas e termina apresentando mais do mesmo.

 

Na trama, três anos após o fechamento do Jurassic Park, um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha Nublar. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Decidida a resgatá-los, Claire (Bryce Dallas Howard) convoca Owen (Chris Pratt) a retornar à ilha com ela. Nas mãos do diretor espanhol J.A. Bayona, do ótimo O Orfanato, este novo filme é o mais assustador da série e apresenta um olhar voltado ao terror clássico, o que pode incomodar parte do público acostumado ao tom aventuresco da série. Mesmo assim, o diretor consegue conduzir bem o ritmo do filme, se destacando também em suas cenas de ação, como a excelente sequência da erupção do vulcão e a fuga da ilha que é muito bem filmada e cheia de tensão e adrenalina.

 

Em seu terceiro ato, o diretor acaba investindo mais em um terror gótico, trabalhando com sombras e reflexos tornando os dinossauros mais próximos a uma presença sobrenatural, o que não me agradou. Apesar de ser um dos filmes visualmente mais bonitos da série, o diretor não consegue trabalhar com situações marcantes devido ao pobre roteiro de Colin Treverrow e Derek Connoly. 

 

Os roteiristas tentam claramente se inspirar no clássico de 1993, porém o enredo é preguiçoso na construção de seus personagens, que extremamente caricatos, demonstram parte de suas personalidades com decisões absurdas e diálogos expositivos. A subtrama com a nova personagem infantil é confuso, onde sua conexão com os dinossauros é apresentado de forma abrupta e sem explicações. Na parte técnica, o filme se sai bem apresentando os dinossauros misturados entre efeitos práticos e digitais que realmente parecem animais de verdade. A fotografia é muito boa, especialmente na parte da mansão ao passo que a trilha sonora em nada lembra ao clássico criado por John Williams.

 

Owen e Claire são personagens totalmente desinteressantes, e apesar de seus intérpretes tentarem de alguma forma trazer algum tipo de emoção (Bryce Dallas Howard é muito forçada e Chris Pratt é carismático mas interpreta sempre o mesmo personagem), em nenhum momento o público sentirá alguma coisa pelo casal. Quanto aos personagens coadjuvantes, deixo a avaliação para vocês, mas prometo que vão testar sua paciência.

 

Jurassic World: Reino Ameaçado consegue ser uma diversão escapista mas não surpreende e em nenhum de seus momentos mais inspirados, consegue reproduzir a sensação de surpresa, encanto, terror e nostalgia que o clássico de Spielberg conseguiu em seu lançamento.

 

Curiosidade: Depois de pensar a respeito, Steven Spielberg decidiu não dirigir o longa, ficando apenas como produtor.
 

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