Alunos de uma escola municipal de Guarujá pesquisaram a história das pessoas que dão nome às ruas da cidade e descobriram que uma das avenidas mais importantes faz homenagem a um… traficante de escravos! Em consequência, foram à Câmara na quinta-feira (9) e formalizaram um pedido para que a Avenida Leomil passe a se chamar 20 de Novembro — numa alusão ao Dia da Consciência Negra.
Como parte do projeto “Se essa rua fosse minha”, os alunos da EM Myriam Terezinha Wichrowski Millbourn souberam que Valêncio Teixeira Leomil enriqueceu com o comércio de negros escravos, ganhou a concessão de uma linha férrea e assassinou um marinheiro inglês, entre outros feitos.
Chocados e indignados, os estudantes organizaram um abaixo-assinado e conseguiram 300 adesões à troca do nome da avenida, que foi entregue ao presidente da Câmara, Edilson Dias.
Lição de casa
O pedido dos alunos está amparado na lei. Eles mesmos pesquisaram e descobriram que o Artigo 1º da Lei Federal 12.781/2013: “É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta”.
Pedido justo
O presidente da Câmara considerou o pedido justo e se comprometeu a discutir o assunto com os demais vereadores. “É bonito ver crianças lutando por cidadania e justiça. Racismo é crime e devemos combatê-lo sempre”, afirmou.
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