Para marcar a inovação e retomar a história, a tribo Guarani realizou, na última terça-feira (31), o ritual Nhee’mongarai. A prática, ausente há 30 anos na comunidade indígena local, é retratada por estudiosos como o batismo do milho, momento onde são revelados e distribuídos os nomes em língua Guarani às crianças da aldeia que, segundo a tradição, representam suas verdadeiras “almas”.
Como parte da abertura do encontro, os indígenas produtores receberam ainda o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (SIPAF) perante sua comunidade. A certificação é uma ferramenta de visibilidade e valorização dos agricultores familiares, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que tem como objetivo garantir a origem dos produtos, além de contribuir para a promoção da sustentabilidade, da responsabilidade social e ambiental, e da valorização da produção regional e da cultura local.
A entrega oficial, no entanto, ocorreu no último dia 20 com a presença de representantes da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (SEAD), contemplando 21 produtores familiares da agricultura e pesca artesanal de Itanhaém, numa parceria entre a Prefeitura de Itanhaém e Fundação Nacional do Índio (Funai).
“É um mundo diferente e fascinante que aprendemos a respeitar em nome de uma inclusão justa e digna destes produtores. Foram anos de trabalho, de respeito ao tempo, à cultura e ao perfil certo para que esta realidade chegasse consolidada ao nosso Município”, afirmou a gestora do Banco de Alimentos, Luciana Melo, presente na cerimônia de entrega do selo SIPAF.
Segundo tradição Guarani, o milho é considerado sagrado. É costume as crianças levarem as espigas para seus familiares comerem também, pois em sua cultura alimentar-se com o Avaxi Ete’i tem poder curativo e fortalecedor do corpo e do espírito.
Deixe um comentário