No Brasil, a Anvisa mantém um setor próprio para receber notificações oriundas de unidades de saúde diversos e/ou de profissionais da saúde. A partir da análise da notificação, a Anvisa emite um alerta, quando necessário. No ano de 2016, foram 122 Resoluções sobre medicamentos. Essas resoluções podem retirar lotes de medicamentos do mercado ou até proibir sua produção em definitivo.
No estado de São Paulo, o Centro de Vigilância Sanitária também recebe essas notificações e as repassa para a Anvisa. Esse processo permite conhecer melhor as reações adversas dos medicamentos, mesmo aquelas que já bem conhecidas pois, eventualmente, é possível associá-las a condições específicas como com a concomitância de outras doenças e emitir alertas específicos.
Com esse conhecimento, as bulas podem ser alteradas como a de não se usar determinado medicamento quando o usuário for portador de uma determinada doença, por exemplo. Além disso, conhecer bem as reações adversas permite com que o usuário do medicamento o utilize com consciência e mantenha-se aderente ao tratamento, uma vez que algumas reações adversas podem ser contornadas com alterações de doses ou de horário.
O assunto é bastante sério, a ponto de os pesquisadores buscarem melhores testes para o estudo das reações adversas. Principalmente para os medicamentos que promovem muitas reações, como os usados contra o câncer. Algumas pesquisas mostram que esses pacientes têm maior percepção das reações adversas em relação aos médicos, relatando maior número de efeitos indesejados do que percebem os profissionais da saúde. Assim, é importante que os usuários de medicamentos digam o que sentem ao usá-los.
Há de se considerar ainda que algumas das reações adversas estão relacionadas com a classe de medicamentos, por exemplo aos anti-inflamatórios e analgésicos. Porém cada substância desse grupo pode ter reações específicas que afetam mais a um indivíduo do que a outro, justificando a troca do fármaco, mesmo dentro da mesma classe.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
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