
Mais que eleger prefeitos e vereadores, as eleições deste domingo revelam grande importância para o futuro do país, haja vista que elas miram 2018, quando serão eleitos os novos governadores e o presidente da República. Depois do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e da imolação de Lula da Silva, principal cacique petista, há um vazio de lideranças. O resultado do pleito deste domingo, portanto, pode sinalizar quem está pronto para ocupar o espaço.
Se conseguir eleger o seu afilhado político, João Doria, em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin se credencia como forte candidato à Presidência. No cenário atual ele disputa espaço com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves. Mas um fantasma parece assombrar o senador mineiro: as delações premiadas dos grandes empreiteiros podem colocá-lo no meio das investigações da Lava Jato. Se isso acontecer, o projeto presidencial de Aécio está encerrado.
Plano B
Ainda que não consiga se viabilizar como candidato do PSDB, Alckmin tem um plano B: filiar-se ao PSB, partido de seu vice, Márcio França, e disputar a presidência numa composição com outras legendas menores.
Lula lá
Ciro Gomes, Henrique Meirelles e o senador paranaense Álvaro Dias são outros nomes prováveis na disputa presidencial. E Lula? Bem, Lula é réu em dois processos judiciais, sendo, no momento, mais candidato a fazer companhia a seus colegas petistas que estão na cadeia, do que a presidente. Agora, se for inocentado, é o nome do PT para 2018.
Enfim, o resultado das eleições deste domingo é muito importante para definir os rumos da corrida presidencial. O que vem pela frente, só Deus sabe.
PT busca medir o seu peso político em Santos
A candidata é do PCdoB, mas é o Partido dos Trabalhadores que busca fazer, na eleição deste domingo (2), uma espécie de inventário do seu poder político em Santos, após diversos episódios que arruinaram a imagem da legenda (impeachment de Dilma Rousseff, líderes presos, outros tantos investigados e denunciados…).
O PT santista, que num passado cada vez mais distante elegeu dois prefeitos, duas deputadas federais, quatro estaduais e expressivas bancadas de vereadores, quer recolher os cacos e saber, afinal, quantos eleitores ainda tem em Santos. O resultado desta conta irá definir se consegue levar Carina Vitral para o segundo turno, embora todas as pesquisas indiquem para uma definição já neste domingo.
Bancada de uma pessoa só?
Além da difícil tarefa de levar para o segundo turno uma candidata comunista, numa cidade cada vez mais conservadora, o PT tem também um grande desafio nas eleições proporcionais. As lideranças do partido são otimistas: avaliam que conseguem ao menos duas vagas na Câmara, sendo que a primeira deve ser ocupada pela ex-prefeita Telma de Souza. Mas ela mesma admite que não repetirá o mesmo desempenho de 2008, quando obteve foram 20.631 votos (um recorde).
Embora os dirigentes neguem, o PT santista teve dificuldades para conseguir formar uma chapa de candidatos a vereador. Diante dos escândalos em nível nacional, diversos pré-candidatos preferiram se filiar a outros partidos.
Coadjuvante, pero no mucho
A própria definição da chapa foi feita após um doloroso processo dentro do partido, já que diversas lideranças declinaram do convite. Entre elas, Telma de Souza, o ex-ministro Arthur Chioro, o ex-deputado estadual Fausto Figueira e os ex-vereadores Cassandra Maroni e Reinaldo Martins. A “solução Carina” foi concebida por Telma de Souza e logo abençoada pelo partido, inclusive com apoio do ex-presidente Lula. Boa parte da estrutura da campanha é tocada por pessoas historicamente ligadas ao PT, incluindo-se aí a produção dos programas de TV e a logística de cabos eleitorais.
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