Notícias

Como lidar com a incontinência urinária

04/06/2016 Da Redação
Como lidar com a incontinência urinária | Jornal da Orla
A maioria das pessoas possui completo controle sobre a micção, mas há aquelas que sofrem com a perda involuntária da urina, problema que impacta direta e dramaticamente nas atividades e na qualidade de vida. A incontinência urinária afeta uma em cada três pessoas acima dos 60 anos e é conhecida mundialmente como “câncer social”, pois, na maioria dos casos, causa constrangimento e isolamento, podendo levar à depressão. 
 
No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas apresentam algum tipo de incontinência e muitos não procuram ajuda médica por acreditarem que o problema é normal ou natural da idade ou por acreditarem que não há tratamentos efetivos. A incontinência urinária pode afetar pessoas de ambos os sexos e diferentes faixas etárias, mas as mulheres apresentam maior predisposição. A incidência aumenta progressivamente com a idade.
 
Piora no frio
De acordo com o urologista Cristiano Gomes, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a incontinência urinária pode piorar nas épocas de frio, pois, além de o nosso corpo transpirar menos para compensar as baixas temperaturas, o metabolismo acelera o funcionamento dos rins que precisam eliminar mais água do corpo. Estudos em animais sugerem que o frio induz a bexiga a ter contrações mais frequentes, diminuindo sua capacidade. 
 
Ainda de acordo com o especialista, outros fatores podem influenciar as idas constantes ao banheiro durante as épocas frias. “Outro hábito que pode aumentar a produção de urina e agravar os sintomas da incontinência no inverno está relacionado ao consumo de bebidas quentes e sopas, que têm grande quantidade de água”. 
 
Não é comum em nenhuma idade
 
A incontinência urinária não é uma consequência normal da idade, apesar de o envelhecimento trazer alterações estruturais na bexiga e no trato urinário que podem favorecer o aparecimento da condição. O tipo mais comum é a incontinência urinária de esforço, caracterizada pela perda de urina ao rir, tossir ou em qualquer movimento ou esforço. Esse tipo de incontinência atinge exclusivamente mulheres e pode ocorrer por fraqueza do esfíncter e do assoalho pélvico, além de múltiplos partos ou queda do hormônio feminino após a menopausa. Já a incontinência de urgência, também conhecida por bexiga hiperativa, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio às atividades diárias. Nos homens a incontinência urinária está relacionada na maioria dos casos aos procedimentos cirúrgicos na próstata, que podem afetar o funcionamento do esfíncter.
 
Procure uma solução definitiva
Diminuir o consumo de líquidos antes de se deitar é uma dica para reduzir a frequência urinária durante a noite. Evitar o sedentarismo, controlar o ganho de peso – principalmente para mulheres durante a gestação – e praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvio são medidas úteis na prevenção.
 
Mas engana-se quem acredita que a condição não tem cura. Nas mulheres, nos casos mais simples, é possível fazer fisioterapia ou usar eletroestimulação para ativar a musculatura, entre outros tratamentos. Nos casos moderados a graves, há um procedimento cirúrgico para colocação de slings, que são fitas finas feitas de malha sintética que sustentam a uretra. “Nos homens que perdem o funcionamento do esfíncter após cirurgia de câncer de próstata, é possível curar o problema, utilizando um esfíncter artificial”, explica o urologista Cristiano Gomes.