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Infecções na gestação que podem afetar o bebê

12/03/2016 Da Redação
Infecções na gestação que podem afetar o bebê | Jornal da Orla
Neste momento, a preocupação maior das autoridades de saúde e da população é com o zika vírus, transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, mas outras infecções podem ser passadas de mãe para filho, na gestação. “Assim como bactérias, protozoários, autoanticorpos, drogas, medicamentos e hormônios, os vírus de maneira geral podem cair na corrente sanguínea, e alguns deles passar da mãe para o feto através da placenta”, explica a ginecologista e obstetra Lilian Fiorelli, da Alira Medicina Clinica.
 
“Nem toda infecção no feto causa malformação, e a gravidade das interferências no desenvolvimento fetal é maior no início da gestação, na maioria dos casos”, diz. A obstetra listou as mais comuns e alerta: “um bom acompanhamento pré-natal é essencial e também pode ajudar a diminuir o risco de infecções na gestação e suas possíveis consequências para o feto, por isso não deve ser negligenciado”.
 
Sífilis
É causada pela bactéria Treponema pallidum, de transmissão predominantemente por via sexual. Pode se manifestar no início por feridas na região genital (chamada de cancro duro) ou até passar por um período sem sintomas. Se não tratada, pode ir para corrente sanguínea. A infecção grave no feto pode ocorrer em 80% dos casos, e os sintomas podem variar desde a ocorrência do parto prematuro, restrição do crescimento, inchaço dos órgãos, anemia, alterações no pulmão, fígado, baço, pâncreas, ossos, surdez, aborto ou mesmo a morte do bebê. O tratamento precoce com antibióticos na gestação é fundamental para diminuir a chance de alterações no feto.
 
Hepatite B, Hepatite C e HIV
Os vírus da Hepatite B e C podem causar inflamação crônica do fígado e favorecer partos prematuros. A transmissão da Hepatite B para o bebê ocorre principalmente no parto. A Hepatite C e o HIV podem ser transmitidos da mãe para o bebê pela placenta ou durante o parto. É importante destacar que os vírus podem ser encontrados no leite materno. Nenhuma dessas doenças está associada a malformações fetais, mas são doenças crônicas.
 
Citomegalovírus
O citomegalovírus integra a família das herpes e a contaminação é feita por secreções contaminadas, como sangue, saliva, leite materno e outros. A transmissão para o bebê é feita pelo sangue durante a gravidez, mas só quando a mãe tem a infecção na fase aguda da doença. No recém-nascido causa alterações no coração, pulmão, fígado, surdez, restrição de crescimento ou microcefalia. É uma doença rastreada no pré-natal nas pacientes de risco, como profissionais de saúde e imunossuprimidos (que é quando o sistema imune está com baixa atividade).

Rubéola
A rubéola é uma infecção viral que tem como sintomas erupções cutâneas, aumento dos gânglios linfáticos, febre baixa, dores articulares e cansaço. O vírus costuma ser transmitido pelo ar, através da aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal. No feto pode causar problemas cardíacos, cegueira, surdez, hidrocefalia, microcefalia, aumento do fígado e baço e até aborto ou óbito fetal. Por isso é importante estar com suas vacinas em dia.

Estreptococo do grupo B
É uma bactéria que pode estar presente na vagina da mulher e na maioria das vezes é assintomática. Contudo, se o bebê tiver contato durante o parto pode desenvolver infecções graves, como pneumonias ou meningites. A pesquisa da bactéria é feita pelo “teste do cotonete” no pré natal e, se positiva, o tratamento é feito com antibiótico durante o trabalho de parto.
 

Toxoplasmose
É uma doença causada por protozoário que está presente principalmente nas fezes dos gatos. Pode ser transmitida também por carnes cruas ou malcozidas e, mais raramente, pela ingestão de alimentos mal lavados. O feto ou recém-nascido infectado pode ter sequela como surdez, cegueira, atraso no desenvolvimento psicomotor, anemia, convulsões, hidrocefalia, microcefalia e até aborto ou óbito fetal. A gestante com essa infecção pode fazer tratamento que diminui as consequências para o feto.