Após forte combate entre os dois competidores, a vitória de Dutra rendeu o título principal do evento, com direito a troféu entregue por Pepe Alstut, presidente do Grupo Memorial, investindo ainda mais em esportes de luta na região e no Brasil. “Gugu Besouro”, como Dutra também é conhecido, acumula cinco vitórias consecutivas na carreira, mas desde 2014 o atleta carioca vem de dois revés e um “No Contest” (NC). Ele considerou a luta deste domingo (13) como uma das mais especiais desde que fez sua estreia no MMA, em 2012.
“Estava numa fase sensacional, invicta na minha carreira. Sempre melhorando a cada luta, sobretudo, porque peguei adversários duríssimos. Mas no primeiro golpe bem dado que tomei em uma das lutas que perdi, senti demais o emocional. Acabei desperdiçando minhas estratégias naquela época por causa disso. Mas nessa luta contra o Ferrugem, um adversário muito técnico e resistente, disse para ele nos bastidores que eu tive uma aula de MMA. Ele tomou uns quatro golpes meus e mesmo assim não desistia, se recuperava e retomava o combate. Essa foi a luta que eu deveria ter feito no passado e estou feliz de ter conseguido essa importante vitória”, comenta Luis Gustavo Dutra, de 30 anos.
Outra luta considerada uma das mais importantes da noite foi entre Hermison Oliveira e Bruno Mesquita (Peso Mosca, até 56,7 kg). Escoltado pelo seu irmão até o octógono, o lutador do UFC Charles “do Bronx”, Hermison foi um dos atletas mais ovacionados pelo público. Mesmo assim, o “fator casa” não ajudou o atleta de Guarujá, que recebeu fortes golpes de Bruno Mesquita logo no primeiro round.
Quando a luta encaminhava para o segundo round, o lutador não resistiu e, por desistência de Hermison, Mesquita venceu o combate por nocaute técnico. “É um adversário muito duro, mas é um lutador normal como qualquer outro. Tem um irmão famoso, mas isso não influencia em nada para mim. Lá no octógono as coisas são diferentes e estive bem concentrado. É assim que eu penso”, decretou o carioca.
Um fato curioso é que Bruno Mesquita, orientado por seu mestre Francisco Bueno, fez sua estreia no MMA em outro evento de Amaury Bitetti, na Rocinha, no Rio de Janeiro. Acabou perdendo por finalização e ficou dois anos em um hiato sem lutas programadas, dedicando-se somente aos treinos de jiu-jítsu. “Fiz isso para ganhar mais experiência, aprender mais luta de chão, que é um dos pontos mais importantes no MMA”, explica.
Além dos dois principais confrontos que fecharam o 1º Bitetti FC Memorial, o público presente no Ginásio do Rebouças também pôde acompanhar mais oito lutas previstas no card do evento. Na luta de abertura, Diego Magrinho finalizou Carlos Eduardo “Bahia” da Silva (Peso Mosca) em apenas 14 segundos.
Em seguida, pela categoria Peso Leve (até 70,3 kg) vitória de Rafael Motta em cima de Wkayron Galdino (desclassificado). A terceira luta foi uma das mais aguerridas da noite: na categoria Peso Galo (até 61,2 kg), Diogo Pimenta e Luan Danger se enfrentaram até o terceiro round. Vitória de Luan Danger, em decisão unânime da arbitragem (29-28, 29-28 e 30-27). Pela categoria Leve (até 70,3 kg), Júlio Rodrigues, que é treinado por Charles “do Bronx” finalizou Wellington Vicente no segundo round, em 1 minuto e 23 segundos de luta. Na quinta luta da noite, Pedro Brum nocauteou seu adversário, Júnior Silva, na categoria 80 Combinado (até 80 kg). Já no 95 Combinado (até 95 kg), Paulo Boiko superou Cabo Job, finalizando seu oponente logo no primeiro round por finalização. Com grande torcida, Daniel Monstrão mostrou superioridade ao derrotar Ygor Pezão na sétima luta da noite, pela categoria Meio Médio. Na oitava luta que antecedeu as duas principais, vitória unânime de Ary Farias (três placares 30-27) em cima de Leonardo Paixão pela categoria Peso Galo.
Com coordenação técnica de Amaury Bitetti, bicampeão mundial absoluto de jiu-jitsu e com participações no UFC, o evento foi considerado um sucesso na Baixada Santista, na avaliação do próprio ex-lutador. “Os atletas foram bem guerreiros e mostraram alta qualidade técnica. A gente conseguiu trabalhar esse evento em pouco tempo. Somamos forças e o sr Pepe, do Grupo Memorial, saiu do evento bastante satisfeito. Acredito que conseguimos vender bem esse evento para o Brasil. É, sem dúvida, o primeiro passo para outros grandes eventos de MMA no país, e demos o pontapé inicial em Santos. Bacana também é que os organizadores de eventos importantes da modalidade, caso do UFC, estão de olho nos nossos atletas que lutaram nesta noite. Sem dúvida foi uma grande vitrine para esse e outros eventos de grande porte mundial”, conclui.
O 1º Bitetti Fight Championship tem os patrocínios de Memorial e Pet Memorial, com apoio da Prefeitura de Santos e Premiere Combate, apoio do Shopping Patio Iporanga e organização da Friends Eventos. O evento foi transmitido ao vivo pelo Premiere Combate.
Deixe um comentário