
E este é o apelo da 5ª Caminhada de Combate ao Câncer Infanto -Juvenil da Baixada Santista, organizada pela Associação Santa Isabel de Combate ao Câncer (ASI), que há 18 anos realiza trabalho voluntário com pacientes da doença na Santa Casa de Santos. A ação faz parte do Mc Dia Feliz, maior campanha nacional em prol de crianças e adolescentes vitimadas pelo mal.
Assim, no sábado, todo o dinheiro obtido com a venda de lanche Big Mac será aplicado na oncologia pediátrica da Santa Casa. Em 2014, a renda foi utilizada na troca do mobiliário do 2º E do hospital, onde ficam as crianças. Este ano, a proposta é mais ambiciosa: contratar uma equipe multidisciplinar para dar assistência aos pequenos pacientes. O projeto foi apresentado pela ASI no início do ano ao Instituto Ronald, criado pela direção do Mac Donald´s, e a renda tem que ser obrigatoriamente utilizada no que foi aprovado.
“Pretendemos contratar psicólogo, pedagogo e assistente social. A intenção, nos próximos anos, é continuar usando parte da renda para manter a equipe”, conta Susie Gusmão, uma das “rosinhas”, como são chamadas as voluntárias da ASI. Segundo ela, hoje a oncologia infantil só conta com os serviços de uma pedagoga duas horas por dias para fazer o acompanhamento escolar. E há apenas três psicólogas para atender todo o hospital – o maior do litoral paulista.
“A cada mês, são muitas as crianças e adolescentes assistidos no setor de oncologia do hospital. Para continuar ajudando essas pessoas, nós também precisamos de ajuda”, afirma a presidente e idealizadora da ASI, Neli Valente Cavallucci, uma senhora de 85 anos que há quase duas décadas cumpre a mesma rotina: de segunda a sexta-feira, ela chega à Santa Casa às 6h30 e sai no final da tarde. O final de semana é para descanso, que pode ser interrompido a qualquer hora do dia ou da noite caso sua presença seja requisitada.
São desafios diários e é inevitável não se apegar às criança, reconhece dona Neli,. “Aqui é uma família. As crianças são inocentes, elas não têm consciência da gravidade, querem brincar como outras crianças. Com a experiência, a gente vai aprendendo a lidar com esta situação”, diz ela, que perdeu dois filhos, já adultos, para o câncer. “A gente sofre, quando morreram meus filhos não consegui rezar”, confessa. “Faço tudo com muito amor. Só sinto não ter 70 anos”, lamenta.
Para ser voluntário, a pessoa é quem define quanto tempo da semana pode dispor para o trabalho, sempre tendo em mente que, uma vez assumido, o compromisso tem que ser cumprido. “Se vem quando quiser, não vem nunca”, comenta a presidente da ASI, que convida os interessados a conhecer o trabalho da associação, comparecendo pessoalmente ou agendando visita no site www.asi-combateaocancer.com.br
“Mais que sanduíche, o paciente precisa de um ombro, de alguém para conversar”, lembra Susie. No espaço ocupado pela associação dentro do hospital há poltronas reclináveis para dar maior aconchego e conforto, principalmente aos pacientes que vêm de longe. “Tem gente que sai às 2h da madrugada do Vale do Ribeira para fazer quimioterapia”, conta. E aí entra a mão amiga dos voluntários.
De acordo com o Instituto do Câncer (INCA), tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral. A cura não deve basear-se somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar, desde o início do tratamento, o suporte psicossocial necessário.
Principais Sintomas – O câncer infantil costuma ser difícil de reconhecer, pois sua manifestação confunde-se com grande parte das doenças comuns da infância. Os pais devem estar atentos para o aparecimento de sinais e sintomas que não desaparecem, como: nódulos ou caroços; palidez e falta de energia inexplicáveis; hematomas sem motivo; sangramentos frequentes; dor localizada persistente; coxeadura (mancar) sem razão aparente; febres sem explicação; aumento de volume abdominal e dor prolongada; dores de cabeça muitas vezes acompanhada por vômitos; mudanças na visão; perda de peso rápida e excessiva; virilização em meninas ou puberdade precoce.
Para participar, o interessado pode adquirir uma camiseta, ao custo de R$ 15, com o logo da campanha (um caranguejo, em alusão ao símbolo mundial para a luta contra a doença). Há modelos de todos os tamanhos, inclusive o infantil. Os kits já podem ser adquiridos na sede da ASI, dentro da Santa Casa (Rua Cláudio Luís da Costa, 50, no Jabaquara) e nas unidades da rede Mc Donald’s na região.
O Instituto Ronald McDonald´s também equipou o Centro de Apoio, que funciona no espaço administrativo da ASI e oferece suporte para os pacientes não internados e seus acompanhantes. Ali também foi montada uma brinquedoteca. Outro cuidado da associação de voluntárias foi oferecer aulas de artesanato duas vezes por semana para as mães, para ajudar a passar o tempo e até facilitar uma renda extra.
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