
Quem garante é o antropólogo Darrell Champlin, estudioso no assunto e autor do livro “O Portal dos Sonhos, a fantástica viagem da mente além do limiar do sono”. Ele começou a pesquisar o tema há mais de duas décadas, instigado por experiências pessoais, e acredita que os sonhos, uma vez compreendidos, são reveladores para o sonhador, que pode utilizar essa ferramenta para entender o passado, interagir com o presente e até prever o futuro, conduzindo sua vida de uma forma melhor.
“O sonho é um portal gigantesco para a psique. Deter sua chave, decifrar seus códigos, pode se tornar o caminho para o autoentendimento. Não subestime os sonhos. Se você não quer que os outros descubram detalhes de sua vida pessoal e íntima, não conte seus sonhos para ninguém”, aconselha.
Freud dizia que os sonhos são a estrada real para o subconsciente e que, seguindo alguém por essa estrada, na compreensão dos sonhos, toda a periculosidade oculta na mente subconsciente poderia ser eliminada. Para Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, os sonhos trariam à nossa atenção os nossos mais urgentes conflitos íntimos, bem como aquelas coisas que mais necessitam de correção ou de avanço em nossa vida interior.
Segundo Darrell, o sonho é uma representação que ocorre em nossa mente, normalmente envolvendo imagens, mas nem sempre. Podemos sonhar dormindo ou acordados, mas sempre retirados do estágio da consciência normal (caso em que a pessoa está com olhar ausente, no popular “mundo da lua).
“Os sonhos utilizam uma linguagem não verbal, que pode ser compreendida, pois carregam consigo uma carga enorme de mensagens, recados, alertas, trivialidades e até, aparentemente, inutilidades” – garante. O certo é que, segundo o estudioso no assunto, ninguém sonha a troco de nada e as pessoas que aparecem nos sonhos geralmente representam o próprio sonhador. “Projetamos nas imagens de outras pessoas aquilo que queremos comunicar a nós mesmos”, afirma.
Como técnicas que estimulam a capacidade de dormir melhor, Darrell recomenda a meditação, a elaboração de um diário de sonhos, a oração e o compartilhamento (dividir com outras pessoas o que sonhou, mas não pela internet).
Sonhos telepáticos – nos quais há transferência de pensamento de uma mente para outra. O fenômeno normalmente é considerado como uma tremenda coincidência pelas duas partes.
Sonhos clarividentes – levam a mente do sonhador a entrar em contato com certas ações que estão ocorrendo naquele momento ou com algum objeto não pensado, como achar algo perdido, por exemplo.
Sonhos precognitivos – que traz ao sonhador conhecimento prévio de algum acontecimento.
Projeção retrocognitivos – sonhos nos quais o indivíduo vê o passado pelo qual ele não passou ou não lembra e sobre o qual muitas vezes não dispõe de meios normais para dele tomar conhecimento.
O sonho pode ser classificado como espiritual se for marcado por uma ou mais das características ou funções seguintes: revelação (se revelar alguma verdade moral ou religiosa); iluminação (que ilumine alguém de tal modo que aprimore a sua espiritualidade ou seu conhecimento moral e metafísico); direção (um sonho que dê orientação à vida de alguém, de maneira e ajudá-lo a cumprir sua missão e seu propósito neste mundo).
Ausência de sonhos – O antropólogo garante que todas as pessoas sonham, desde bebês. Pode ocorrer a ausência de lembranças, não a ausência de sonhos. “Vários fatores podem levar à perda de sono, o que prejudica o sonho, desde consumo de medicamentos, drogas, doenças, e até o fato de a pessoa não querer lembrar”. Para a prática da interpretação, é importante elaborar um diário de sonhos, de maneira dedicada e contínua, registrando as informações logo ao despertar.
As cores nos sonhos – O fato de no passado os sonhos ocorrerem em maior frequência em preto e branco tem uma explicação simples para Darrell: “os meios noticiosos e os aparelhos de televisão eram essencialmente em preto e branco”. Apesar disso, ele acredita que os sonhos em preto e branco têm uma relevância maior. “O significado final tem um impacto maior no sonhador, quase sempre representando um divisor de águas. Observo que a pessoa está geralmente enfrentando uma situação delicada, que exige decisões urgentes, e para a qual se apresentam apenas duas opções”.
Deficientes visuais sonham com imagens? Segundo o antropólogo, estudos sugerem que isso depende de quanto tempo tiveram visão normal antes de ficar cegos. “Ao que parece, pessoas cegas de nascença, não sonham com imagens. Sete anos parece ser a idade crucial na qual a visão nos sonhos é retida. Mas a falta de imagens visuais não torna o mundo dos sonhos menos fascinante. Cegos de nascença não têm sonhos menos vívidos e menos complexos do que aqueles que enxergam”.
Mortos – é a gente lambendo a ferida da saudade, querendo lidar com a ausência.
Pelado, descalço – neste caso, Darrell sugere ao sonhador que analise o momento da vida e observe se não estava passando por algum constrangimento.
Relação agressiva com mãe ou pai – sonhando com um aspecto da pessoa que é reflexo em você. Você é quem pode estar sendo agressivo.
Perda de dente – sonho somático, refletindo algo que esta no corpo. “Eu analisaria minhas amizades, simbolicamente o dente é a coisa mais sólida que deveria existir”.
Perseguição – sonho universal, que simboliza dificuldade emocional ou no trabalho.
Roubo do carro – preocupação com vida material, trabalho.
Sonho com a mesma pessoa – algo pendente, necessitando conversar.
Pesadelos – sonho exacerbado que sinaliza que algo urgente está acontecendo. Às vezes pode ser reação a traumas passados.
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