Segundo quem entende de cifrões, a palavra é educação financeira, um comportamento pouco exercido por boa parte da população que nada mais é do que saber usar corretamente o dinheiro para não faltar no bolso e fechar os ralos por onde ele escoa sem que a gente perceba.
Cada um é responsável por sua vida financeira e não adianta culpar a má sorte ou tão somente os bancos e a política econômica do governo. Conter o impulso pelo consumo desenfreado, cortar gastos supérfluos, não assumir dívidas desnecessárias e tampouco viver como se não houvesse o amanhã são atitudes que dependem de cada um.
Quem consegue administrar bem o dinheiro que entra e sai, consegue também ter mais qualidade de vida, cuidando melhor da saúde, da mente e das emoções. Com as finanças sob controle é possível traçar planos e realizar sonhos, seja comprar uma casa, trocar de carro, fazer uma viagem, uma festa de casamento ou outro projeto de vida que trará prazer e felicidade. Sem dinheiro, tudo fica no terreno das intenções e frustrações. Por isso, confira as dicas dos especialistas nestes momentos bicudos da economia do país.
Corte supérfluos – Para não ficar de bolso vazio, é preciso cortar tudo o que for desnecessário ou passível de mudar de fornecedor. Os primeiros cortes são as despesas supérfluas, aquelas que você não precisa, mas acha “que merece”. Algumas dicas: não comer fora de casa durante um período ou deixar de aproveitar as liquidações para encher o guarda-roupa com peças que você não precisa.
Livre-se das dívidas – Embora muitos achem que não, esse é um bom momento para começar a pagar suas dívidas remanescentes, até porque os credores sabem da época difícil e estão mais dispostos a negociar. Claro que essa situação é algo pontual, ou seja, você estará resolvendo o problema, mas não a causa dele.
Tenha uma reserva financeira – Que seja equivalente pelo menos seis meses o valor das suas despesas mensais para cobrir gastos eventuais que possam acontecer. Como, por exemplo, quebra de um carro, problemas de saúde, reparos em casa etc.
Aprenda a poupar – Dez por cento é uma boa proporção, uma espécie de dízimo para nós mesmos. Separe os 10% para poupar assim que cair o salário, para não ter tempo de gastar.
Casa própria – Pesquise bastante e, se precisar de financiamento, opte pelo menor valor e pelo menor tempo possível. De preferência, não ultrapasse 15 anos de financiamento.
Troca de carro – Veja se os gastos com seguro, financiamento, combustível, estacionamento e impostos valem o desembolso do dinheiro. Se optar pela compra, prefira pagar à vista ou dar uma boa entrada para financiar pelo menor período e pagar menos juros.
Compras por impulso – Esqueça o cartão de crédito, o talão de cheque e a carteira de identidade em casa para não cair na tentação de comprar. Sair com o dinheiro contado é outra opção.
Aprenda a aprender – Aprenda sobre educação financeira, investimentos e empreendedorismo. O conhecimento move o mundo e permite que a pessoa tome as rédeas da sua vida financeira. Uma pessoa sem foco fica mais suscetível a se acomodar e se render a impulsos consumistas.
Tenha sonhos – Independente da situação financeira em que se encontra, relacione, no mínimo, três sonhos: um de curto prazo (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos). Saiba quanto cada um custa e quanto você poderia separar mensalmente para essas finalidades. São os sonhos que nos movem e, de quebra, nos ajudam a gastar menos por impulso, atitude que leva ao endividamento inconsciente.
Celular – Será que o pacote contratado é o mais adequado para seu perfil de gastos ou você acaba gastando mais do que o previsto? Faça um ajuste. Caso a operadora não tenha uma boa oferta, mude de empresa usando a portabilidade.
TV por assinatura – se você fica pouco tempo em casa ou acaba vendo só canais abertos é hora de avaliar se vale a pena mudar de pacote. Verifique também se não está pagando muito por um pacote que é mais barato para novos assinantes. Ao pedir a mudança, tenha em mãos os preços da concorrência, que podem servir de argumento.
Internet – Se você contratou o seu plano de internet já há alguns anos, é muito provável que consiga hoje, pelo mesmo valor, um pacote melhor. Além disso, se sua internet tem uma supervelocidade, mas você só usar o computador para entrar nas redes sociais e escrever e-mail é hora de mudar de plano.
Cartão de Crédito – O grande vilão não é cartão de crédito em si, mas como a pessoa faz uso dele. Ele tem que ser uma forma de pagamento e não uma forma de financiamento. E também não é preciso ter vários, o que resulta em economia com a anuidade.
Conta Corrente e pacote de tarifas – Mesmo quando raramente é acessada, acarreta gastos de manutenção. O cancelamento tem que ser oficial: entregar pedido por escrito, devolver folhas de cheque e cartões e deixar um saldo suficiente para pagar tarifas e compromissos já assumidos. Analise os últimos extratos da sua conta corrente e veja se o pacote pelo qual você paga é o melhor para sua situação.
Deixar-se levar pelo “efeito manada” – É percebido, por exemplo, quando uma pessoa decide por um tipo de investimento porque viu que outras se deram bem. Nessas situações, o investidor pouco se preocupa em entender.
Comprar impulsivamente – Muita gente compra mais do que pode, experimenta um prazer momentâneo e aumenta suas dívidas. Avalie a real necessidade da compra e contenha o impulso para evitar essa armadilha.
Boicotar-se – Um investidor compra uma ação e estabelece que irá vendê-la quando o papel atingir um determinado valor. Porém, mesmo quando esse valor é atingido, ele não se permite ter essa recompensa e decidir adiar a venda na expectativa de um valor mais alto que, no fundo, sabe que dificilmente será alcançado.
Agir baseado na culpa – Alguns pais tentam reparar sua ausência no dia a dia dos filhos enchendo-os de presentes e satisfazendo vontades, o que pode levar a um descontrole financeiro. Se for essa a motivação de uma compra, evite-a.
“O grande risco da aplicação financeira é errar na escolha de um tipo de papel que esta fora da necessidade e realidade da pessoa”, afirma o consultor financeiro Carlos Henrique Piassa. Por isso, o melhor caminho para quem decide poupar é buscar educação financeira antes de qualquer ação. “Além de acompanhar periodicamente os indicadores financeiros publicados nos jornais”, orienta.
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