Em meio a um clima de grande efervescência política, o movimento “Fora, Dilma!”, impulsionado por mensagens nas redes sociais, promete realizar grandes manifestações em várias cidades brasileiras, neste domingo (15), pedindo o impeachment da presidente da República. A roubalheira na Petrobras e o ajuste fiscal são o estopim da crise. Em Santos, uma caminhada está prevista para terminar na Praça da Independência, no Gonzaga, local onde tradicionalmente ocorrem as maiores manifestações.

Analistas políticos consideram que o protesto pode ser uma espécie de dia D para o governo federal. Se as manifestações forem fortes podem ser um estimulo para novos protestos que tendem a pressionar um Congresso já acuado por denúncias envolvendo parlamentares, e cujos principais líderes estão em rota de colisão com a presidente. Se o movimento não vier com a força esperada por seus organizadores, a tendência é a de que o governo Dilma, embora enfraquecido, ganhe mais tempo para tentar mudar o cenário adverso.

 

Manifestações são legítimas

A própria presidente reconhece a legitimidade das manifestações e destaca que, sendo pacíficas, elas são “da regra da democracia”. Dilma afirma, no entanto, e com razão, que a sociedade não deve aceitar “violência”. O problema é que o clima está acirrado de ambos os lados. Muitos dos que defendem a saída da presidente têm apelado para insultos e ameaças e, do lado governista, o próprio ex-presidente Lula, que deveria agir como um conciliador, coloca gasolina na fogueira ao insistir na guerra da luta de classes e de responsabilizar a “elite branca” pela crise. 

Tiro no pé

Por arrogância ou por incompetência, o fato é que o próprio governo tem estimulado os protestos ao adotar atitudes que são um verdadeiro tiro no pé. O discurso de Dilma no Dia Internacional da Mulher, em rede nacional de TV, foi mais um exemplo de como o governo está desorientado ou fora da realidade. A presidente fez um discurso longo e sem sentido, como se estivesse em campanha. Perdeu uma boa oportunidade de ficar calada e só irritou ainda mais parcelas da população que estão sofrendo duramente com a crise econômica.

Ao invés de assumir seus próprios erros e sinalizar mudanças efetivas, Dilma veio com o blá blá blá de sempre e disse que os problemas são “conjunturais” e um reflexo da crise internacional. A presidente continua morando na propaganda de seu marqueteiro João Santana, mas os brasileiros não.

Enfim, Dilma e o PT estão colhendo o que plantaram e o fruto dessa semente tem sido amargo demais para milhões de brasileiros. O que virá pela frente, só Deus sabe.