As articulações em geral estão sempre sujeitas a traumatismos pelo simples fato de suportar o peso do corpo ou pelo contínuo movimento que realizam. Mas, outros fatores podem afetá-las, como a gota ou determinadas infecções. Um tipo específico afeta muitas pessoas, a artrite reumatoide. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros pode estar afetado pela doença, principalmente as mulheres com mais de 40 anos.
É uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico do indivíduo destrói os próprios tecidos sem causa conhecida, mas com grande relação genético-familiar. Além de afetar as articulações, pode ter manifestações em outras partes do corpo. É uma inflamação sistêmica, crônica e progressiva, provocando lesões caso não seja tratada corretamente. Quanto mais precoce o início do tratamento, menos danos estruturais irreversíveis.
Além de tratamento não-medicamentoso, como fisioterapia, um grande conjunto de medicamentos está disponível e garantido pelo SUS. Em 2009, o Ministério da Saúde gastou mais de R$ 350 milhões no tratamento da doença, pois os medicamentos são caros. A terapêutica da artrite reumatoide utiliza-se dos “medicamentos modificadores do curso da doença” ou MMCD. Eles podem ser sintéticos ou biológicos, sendo que os últimos custam mais de 24 vezes que os primeiros. Por isso, a modificação no tratamento tem de ser progressiva, alterando-se o medicamento a cada três a seis meses, em caso de insucesso.
A escolha do médico deve ser criteriosa e baseada em protocolo, conforme a progressão do insucesso do tratamento. O metotrexato é considerado o melhor medicamento para o início do tratamento. É um medicamento que tem outros usos e que precisa fazer uso associado ao ácido fólico. Apesar das reações adversas, pode controlar a doença com bastante eficácia. Mesmo quando não é totalmente eficaz, sua associação com os MMCD traz bons resultados terapêuticos. O mais caro não é o melhor, é alternativa.
Os MMCD biológicos são assim chamados por serem frutos da biotecnologia, produzidos como anticorpos monoclonais. Bactérias são modificadas geneticamente para produzir anticorpos específicos contra o sistema imunológico do organismo doente. Como já exposto, a artrite reumatoide é resultado de uma doença autoimune e portanto os anticorpos monoclonais irão desativar determinadas substâncias que compõem o sistema imunológico que estão atacando as estruturas corpóreas e assim diminuirão a doença.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.