O fato é narrado por uma mulher que vivia nas colinas da Escócia. Era inverno, próximo ao Natal. Ela, mãe ocupada, tinha quatro filhos. O menor era o que dava maior preocupação, pois era deficiente auditivo. De resto, era esperto. Para manter a conversação com a mãe e os irmãos, André se servia de gestos e, como aos cinco anos já sabia escrever muitas palavras, usava papel e caneta para expressar aquilo que não conseguiam entender por gestos.
Naqueles dias, próximos ao Natal, o marido foi chamado para prestar serviços em uma fazenda distante e ela ficou só com as quatro crianças. A tempestade veio e durou dias. A caixa de lenha ao lado do fogão começou a ficar vazia. Na quase véspera do Natal, Elizabeth agradeceu ao Grande Arquiteto do Universo pela colheita do verão ter sido boa, pelas compotas terem dado certo e pela boa caça do seu marido. Assim, eles teriam o suficiente para se alimentarem até acabar aquele inverno rigoroso.
Mas a lenha acabou. Ela reuniu os quatro filhos, calçaram e se agasalharam bem e saíram quando o tempo deu uma trégua. Os pequenos Mary, Alice e André brincavam entre as árvores, felizes por estarem fora de casa. Corriam de um lado para outro, enquanto ela e o filho maior, de 15 anos, cortavam troncos em pedaços pequenos e colocavam no trenó.
Num piscar de olhos, o tempo mudou. O vento soprou forte e a neve caiu violenta. Ela conseguiu encontrar as duas meninas mas não o pequeno André. Por mais que chamasse, ele não a ouviria. Era surdo.
Voltaram para casa a fim de não congelarem. As horas angustiosas passaram lentas. Quando a tempestade acalmou, ela se preparou para ir procurar o menino. Então, alguém bateu na porta. Era o pequeno André, sorridente. Entre gestos e escritos no papel explicou que logo que a tempestade começou, ficou agachado atrás de um tronco. Depois, escreveu que ouviu chamar o seu nome: “André”. Foi até onde a voz vinha e não tinha ninguém. Então ouviu de novo: “Venha, André, venha para casa”. Continuou caminhando, seguindo a voz, embora não visse ninguém. E assim foi até chegar em casa.
Então a mãe caiu de joelhos, abraçou seu tesouro e agradeceu ao Grande Arquiteto do Universo por ter enviado um mensageiro Seu, aquela voz para guiar o seu filho. Uma voz que não vinha do mundo exterior, mas que se fez ouvir na alma do pequenino André. A voz dos invisíveis.
[com base em texto da Redação do Momento Espírita]
O Natal é uma época de esperança, de confiança e de fé. É uma época de acreditar no invisível e em maravilhas que o Divino Pai nos proporciona. Uma época em que os Mensageiros de Deus cantam, falam e os surdos ouvem as Suas vozes. Natal é o momento em que a Terra toca os céus, aquieta os seus gritos para ouvir o excelso canto da esperança. Caro amigo leitor, desejo que a sua Alma ouça com clareza os Mensageiros do Grande Arquiteto do Universo, e que isso reflita em seus gestos de amor ao próximo.
Feliz Natal!
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE!