Comportamento

Levanta, sacode a poeira…

11/07/2014Da Redação
Levanta, sacode a poeira… | Jornal da Orla
Para esses momentos o psiquiatra Luiz Alberto Py, autor do livro “Amor e Superação”, conforta: “A primeira ideia que precisa ser lembrada é que a dor passa. Pode demorar, mas um dia terá passado. Ou, pelo menos, diminuiu a ponto de não incomodar mais”.
 
Nessas horas de enfrentamento de perdas e luto a autoestima é crucial para nossa sobrevivência, garante. “Temos medo de perda em geral. Medo de mudança também. Por vezes isto é resultado da tendência que temos de valorizar o externo em detrimento do interno. Ou seja, damos mais valor ao “ter” do que ao “ser” e isto tem a ver com baixa autoestima”.
 
A falsa noção de que nossa tragédia é única ajuda a agravar a dor. “Quando percebemos que todos têm histórias de perdas entendemos que é preciso recolocar a dor da perda em seu devido lugar. Não se trata de banalizar, mas de aceitar os sofrimentos que fazem parte da vida de todos nós”.
 
Fim de um grande amor – Por sua experiência, Luiz Alberto Py acredita que muitas vezes o término de um relacionamento representa uma dor maior do que a da morte de uma pessoa querida. “Um dos elementos importantes para que isto aconteça é o fato de que existe uma expectativa otimista quanto à relação. Além disso, quando uma pessoa abandona a relação com a outra, o abandonado se sente negativamente julgado por quem o deixou e valoriza a opinião de alguém que foi tão próximo. Sente-se, portanto, mal avaliado, desvalorizado o que reflete negativamente na autoestima”.

Cada coisa no seu tempo 

Quanto mais inesperada for a perda, maior o tempo necessário para superá-la, afirma o psiquiatra. “A abordagem terapêutica varia em função da personalidade da pessoa e da forma como ela procura conduzir seu luto e administrar seu sofrimento”. Os especialistas definem em cinco etapas o processo de perda e luto: negação, negociação, tristeza, revolta e aceitação, que não necessariamente acontecem nesta ordem, podem se alternar. “As pessoas geralmente oscilam entre essas diferentes fases e mesmo quando atingem a aceitação, costumam regredir para fases anteriores até que, aos poucos, conseguem – nem todos – solidificar a aceitação”, diz Luiz Alberto Py.
 

Como se reinventar depois de um fracasso

Especialista em desenvolvimento humano, Alexandre Prates lembra que o fracasso é um acontecimento que ninguém deseja em sua vida, não é uma escolha. “Um dia todos nós enfrentaremos um fracasso, mas a decisão de ser um fracassado é somente sua. O fracasso é a maior de todas as escolas que podemos frequentar na carreira e na vida. São nos momentos de turbulência que descobrimos recursos que nem imaginávamos ter. E a força de quem se reinventa é uma pancada de energia, pois vem carregada de uma motivação inexplicável”, diz Prates.

Explore positivamente as emoções!
 

Transforme pressão em energia: a pressão é um fator externo, uma expectativa (positiva ou negativa) que terceiros colocam sobre você. Assumir essa expectativa é uma reação comum, porém desnecessária. Não entre no jogo pressionado a ganhar, entre no jogo com a certeza de que colocará em ação o seu melhor desempenho.
 
Transforme medo em estratégia: sentir medo é normal. A questão é o que você faz com o medo: travar ou seguir em frente é uma decisão. Pensar nas consequências – positivas ou negativas – não ajuda em nada agora. Novamente, foco total e absoluto no desempenho. Treino, estratégia e potencialização dos pontos fortes. O resultado é conseqüência.
 
Transforme tristeza em propósito: a derrota aconteceu. Bola pra frente! É preciso encontrar um motivo para seguir. Somente se reinventa quem tem um propósito claro e que valha a pena empenhar todo o seu potencial. E esse motivo jamais deve ser provar para as pessoas que você pode. Faça por você e colha os frutos disso.