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Adesão ao tratamento

13/03/2014Da Redação
Adesão ao tratamento | Jornal da Orla
Certas coisas são fáceis de explicar, mas difíceis de entender. Uma delas é o porquê das pessoas não fazerem o uso correto dos medicamentos prescritos. A consequência dessa falta de adesão traz problemas imediatos para a saúde do usuário, para o meio ambiente e, de forma importante, para a economia das pessoas e do país. É um problema mundial.

A adesão à terapia medicamentosa depende do comportamento do usuário em acatar as recomendações apresentadas pelo profissional de saúde. O médico ao prescrever e o farmacêutico ao orientar a forma de usar o medicamento baseiam suas informações em dados objetivos e científicos. As consequências da não adesão podem ser graves, estima-se que esse comportamento seja responsável por mais de 5% das internações hospitalares de pessoas com mais de 60 anos. Nessa faixa etária, mais de 50% dos indivíduos não são aderentes ao tratamento. Não ser aderente vai além de desistir de tomar o medicamento, também entra nessa condição quem reduz a dose ou aumenta o intervalo de tempo por livre iniciativa. Além de quem se esquece com frequência ou substitui o medicamento por conta própria.

Há de se levar em conta, também, que a falta de adesão pode ocorrer por dificuldade
de acesso aos medicamentos. A falta de capacidade financeira para comprar os medicamentos, aliada às falhas no sistema de saúde, levam muitas pessoas a não fazer o uso correto. Por outro lado, o excesso de medicamentos também é um problema grave e as modificações constantes nas indicações comprometem o uso racional dos medicamentos. É sabido que quanto mais medicamentos uma pessoa toma, maior é a probabilidade de ele não ser aderente. 

Muitas pessoas abandonam ou alteram o tratamento medicamentoso devido às reações adversas que surgem. Em alguns casos, o médico pode propor nova conduta e com isso melhorar a situação. Para tanto, os profissionais de saúde precisam estar mais abertos ao problema e os usuários precisam conversar mais com eles.

O excesso de medicamentos prescritos e deixados de lado é um problema econômico e de meio ambiente. Só na Grã-Bretanha, estima-se que o descarte de medicamentos consuma entre R$ 2 a 4 bilhões, considerando-se os produtos em si e o seu processamento. E esse sistema de saúde é considerado um dos modelos para o mundo.