Enoleitores,
Vocês sabem como é feito um vinho? Só costumamos falar dos vinhos prontos, seus aromas, graduação alcoólica, mas não sei se vocês sabem como é produzido. Então, vamos lá…
Para termos um vinho de qualidade, necessitamos de uvas viníferas (vitis vinifera), brancas ou tintas, sendo que o vinho tinto só e produzido por uvas tintas, enquanto o vinho branco pode ser produzido por tintas ou brancas. Primeiro, vamos dividir a uva em três partes: a casca, onde se encontram as substâncias aromáticas e o corante; a polpa, que é formada pelo mosto, onde temos os açúcares, vitaminas, minerais e água; e as sementes, que são ricas em taninos e em óleo.
Após a colheita, as uvas passam por uma esteira para tirar os engaços (os cabinhos), pois eles dão amargor. Depois, as uvas são esmagadas com a casca. Aí, adicionam-se leveduras, de acordo com o tipo de vinho que queremos fazer. O tempo em que temos este contato com o mosto é variável: períodos curtos (de 3 a 4 dias) para vinhos leves, e no máximo seis para os vinhos de guarda – também depende da qualidade das uvas. O nome deste processo é chamado de maceração.
Esta maceração pode ser feita em tanques de aço inox, cimento ou barricas de carvalho grandes, onde vai se obter a fermentação, que é a transformação do açúcar em álcool. Em seguida, separa-se a parte sólida da líquida. Esta sobe para a superfície dos tanques. Depois, devem ser feitas as remoagens, isto é, submergir a parte sólida, para que o vinho não avinagre, o que deve ser feito umas três vezes ao dia. Após esta etapa, vamos separar a parte sólida da líquida, para iniciar a fermentação malolática, ou seja, a transformação do ácido málico em acido lático, que determina o final do processo de vinificação. Neste momento, o vinho adquiriu estabilidade, maior complexidade aromática, suavidade e maciez gustativa.
Na próxima parte, abordaremos as barricas e o estágio nelas. Enoabraços e uma ótima semana!