Enoleitores,
Esta semana, estive no Top Italian Wines – Road Show, evento do guia mais importante de vinhos italianos, o Gambero Rosso. Este de 2016 foi especial, por comemorar os 30 anos deste Guida Vini d’Italia.
O guia surgiu para facilitar a escolha de um vinho já pré-selecionado, de produtores sérios.
Este encontro já acontece há alguns anos aqui em nosso país, no hotel Unique, em São Paulo, Sempre muito bem organizado, sob a chancela da Cristina Neves Eventos, uma expert no assunto.
É um evento itinerante, sendo realizado em Seul (Coreia do Sul), Seattle (EUA), São Paulo (Brasil), Singapura e Bangkok (Tailândia) e Manilla (Filipinas).
Estavam presentes produtores das diversas regiões da bota, entre os já consagrados e muitos pequenos vinhateiros. No total, foram mais de 200 rótulos, de 65 produtores, como os conceituados Gaja, Allegrini, Tenuta San Guido e Mais. Também nos permitiu descobrir perfeitas joias que nem imaginávamos ter acesso.
Além da feira, tivemos ainda duas Master Class , nas quais foram servidos 29 tipos de vinhos (a maioria tintos, alguns poucos brancos, um rosado), que foram analisados por nós e descritos pelo diretor técnico da empresa, o italiano Marco Sabellico, e o jornalista Jorge Lucky, especialista em vinho.
O evento foi simplesmente um sucesso! Para minha surpresa, conheci muitos vinhos da região do Friuli, este ano presentes em peso, e do sul da Itália.
Vou comentar o que garimpei de diferente pela feira. Um branco que me impressionou, pois parecia que estava numa feira francesa, foi o chardonnay W.Dreams 2013, do produtor Jermann, do Friuli (sem importador no Brasil). Trata-se um vinho 97% chardonnay, que passa 12 meses em barrica. Tinha uma cor amarela dourada; no nariz, mineral, frutas tropicais, abacaxi, leve herbáceo; na boca, seco, elegante, acidez correta, equilibrado, untuoso, persistente, deixando um gostinho de abacaxi em compota. Era realmente de nos deixar sonhando com ele! Se fosse às cegas podia jurar estar bebendo um Borgonha!
Outra boa surpresa foi o Colli di Luni Vermentino Et. Nera 2014, da região da Ligúria, um vinho amarelo claro, transparente, com aromas de frutas brancas, floral. Na boca, elegante, boa acidez, equilibrado e longo. Foi premiado como Tre Bicchiere há 7 anos.
Não poderia deixar de citar um Franciacorta, o espumante de qualidade italiano, que muito se assemelha ao champanhe francês, por ser vinificado no mesmo método. Aprovei o Satèn 2011, do produtor Barone Pizzini (desde 1870), um 100% chardonnay, que repousa de 30 a 40 meses “sur lies”, isto é, método no qual o vinho envelheceu em seus resíduos (leveduras da fermentação) e foi engarrafado diretamente do tanque. É um vinho orgânico, cuja vinícola recebeu o prêmio Viticultura Sustentável, da Gambero Rosso, em reconhecimento à qualidade de seus produtos. Este era um espumante amarelo dourado, brilhante, aromas bem minerais, frutas tropicais, no paladar seco, correto, equilibrado, longo, deixando um gosto mineral na boca.
Na próxima edição, vou falar sobre alguns tintos italianos degustados na Master Class.
Enoabraços e uma ótima semana a todos!