Simplesmente Vinho

A Caravana dos Vinhos do Tejo

05/03/2016
A Caravana dos Vinhos do Tejo | Jornal da Orla
Em nosso estado, o evento constou de uma Grande Prova Anual dos Vinhos, no consulado geral de Portugal em São Paulo, com produtores de referência na região.

Terminou no dia seguinte, com um almoço harmonizado e caprichado, elaborado a seis mãos no restaurante Alma Cozinha, do chefe Ivan Achcar, em conjunto com o chefe português Rodrigo Castelo – leia-se “Taberna Ó Balcão ” – Santarém (Portugal) e José Carlos Santanita, sommelier e chef português radicado em São Paulo e diretor da Wine Senses, responsável pelo evento no Brasil.

Este trio se superou na enogastronomia portuguesa contemporânea! Vou deixá-los com água na boca até a próxima semana, pois agora contarei mais sobre o Tejo e alguns de seus produtores renomados.
 

Pegando carona na palestra do sommelier Diego Arrebola, vou passar um pouquinho daquilo que aprendemos…
 
A DOC Tejo está localizada próxima ao Rio de mesmo nome. Pode-se dizer que ali seria o coração de Portugal, por ter uma posição equidistante entre todas as fronteiras nacionais, aliada à proximidade de Lisboa. Com um clima moderado, este torna-se um território fértil a plantação das mais variadas cepas portuguesas e internacionais, que, bem cultivadas, encontram condições para a produção de grandes vinhos. Há imensa variedade de solos e microclimas, muito além da simples divisão entre as sub-regiões Campo, Bairro e Charneca, que permitem essa diversidade.
 
Algum tempo atrás, o Tejo (até 2011, chamava-se Ribatejo) era uma região dominada por grandes cooperativas, que produziam vinhos simples e comerciais, em grande quantidade, para serem consumidos no dia a dia, principalmente nas áreas próximas ao rio Tejo. Porém, com a entrada de Portugal na União Europeia, passou a haver uma demanda cada vez maior de vinhos de qualidade diferenciada que pudessem ser exportados. Assim, passaram a ser valorizados pequenos produtores centenários que já estavam nesta localidade. 
 
As principais uvas da região são a as autóctones castelão (tinta) e fernão pires (branca). Ali, são cultivadas inúmeras castas, que produzem vinhos de alta gama. Entre as portuguesas, podemos acrescentar, entre as tintas, a touriga nacional, trincadeira, aragonês, alicante bouschet. Entre as brancas,  arinto e alvarinho, aliadas ao plantio das variedades cabernet sauvignon, chardonnay, sauvignon blanc e malvasia, entre outras tantas, que, certamente, resultam em vinhos surpreendentes.
 
O Tejo é uma terra de tradições e estórias, mas firma-se hoje no campo da vitivinicultura como espaço de descobertas, com boas novidades. Cada passo se dá em um permanente convite às novas experiências e revelação de novos sabores.
 
Esta é uma região que tem se destacado tanto em Portugal como em outros países, dentre eles o Brasil, por oferecer vinhos de boa qualidade internacional, uma boa variedade de estilos de uvas e vinhos de diversas sub-regiões, aliados aos seus bons preços. São importantes referências no mercado atual. 
 
Estiveram presentes ao evento os seguintes produtores:, Adega Cooperativa do Cartaxo, Agro Batoréu, Casa Cadaval, Casal Branco, Casal da Coelheira, Casal do Conde, Quinta do Casal Monteiro,Fiúza, Quinta da Alorna, Quinta da Badula, Quinta da Lapa, Pinhal da Torre, Encosta do Sobral, Companhia das Lezírias e Enoport.
Aguardem!  Compartilharemos com todos o almoço supimpa e as descobertas de bons vinhos regionais.
 
Enoabraços e uma ótima semana a todos!