
Poeta, contista, etnomusicólogo, historiador da arte, crítico, fotógrafo e figura central no pensamento modernista brasileiro, Mário de Andrade foi tudo isso e muito mais. Para celebrar sua vasta contribuição à cultura nacional, a Galeria Braz Cubas inaugura hoje (14), às 19h, a exposição “As Multifaces de Mário de Andrade: Uma Viagem Visual”, reunindo obras de 14 artistas do Coletivo Teia.
Criado em 2021 pela artista visual Regina Helene, o coletivo busca descentralizar a produção cultural dos grandes centros urbanos, levando arte para cidades menores do estado de São Paulo. O nome Teia remete à interconexão entre pessoas, natureza e mundo – conceito alinhado à física quântica –, no qual cada artista mantém sua identidade, mas juntos formam uma expressão coletiva singular.
Na exposição, os 14 artistas apresentam interpretações únicas do legado de Mário de Andrade, destacando o impacto que sua obra e personalidade tiveram em suas trajetórias. “Conhecemos um pouco sobre a complexidade do personagem que ele foi, sobre as múltiplas vertentes que explorou e que ainda hoje ressoam. A exposição busca revelar essas camadas”, explica a curadora, Lia do Rio.
PROCESSO CRIATIVO
Segundo Regina Helene, a concepção da mostra levou cerca de um ano. “Realizamos encontros semanais para nos aprofundarmos na vida e no pensamento de Mário de Andrade. Contamos com assessoria cultural e acesso pessoal ao acervo do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, incluindo cartas pessoais do autor. Descobrimos aspectos fascinantes sobre ele ao longo da pesquisa”, conta.
A exposição opta por fugir dos temas mais conhecidos do escritor – como a Semana de 22 e Macunaíma – para explorar facetas menos óbvias de sua trajetória. Cada artista escolheu um elemento marcante de sua pesquisa e o traduziu em arte. “A ideia foi absorver essa imagem particular de Mário e transformá-la em uma obra única”, explica a idealizadora do coletivo.
A mostra será itinerante, percorrendo diferentes cidades, e Santos foi escolhido estrategicamente para sua estreia. “Já havia feito uma exposição no Centro Cultural Patrícia Galvão e tive uma ótima experiência. Entrei em contato novamente e conseguimos viabilizar”, revela Regina.
Sobre o que o público pode esperar, ela antecipa: “Mário de Andrade foi um verdadeiro herói nacional, alguém que buscava compreender e valorizar nossa brasilidade. Queremos apresentar o Mário de Andrade ao público. Além disso, 2025 marca os 80 anos de sua morte, e sua obra continua incrivelmente atual. Isso torna a exposição ainda mais simbólica”.
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