
De manhã cedo ou no cair da tarde em uma das muitas praias espalhadas pelo nosso litoral, o som de risadas e exclamações como “vai”, “boa bola” se misturam ao eco das raquetes batendo na bolinha. Não é mais apenas o clássico futebol de areia ou o eterno frescobol que dominam as areias. Há uma nova estrela no pedaço: o Beach Tennis.
De um dia para o outro – ou assim parece – as quadras começaram a pipocar por aí. O que antes era território exclusivo de poucos esportistas se transformou em um movimento coletivo. Jovens, adultos, famílias inteiras; todos com suas raquetes e bolinhas prediletas, prontos para se render à modalidade que virou sinônimo de bem-estar e descontração.
Mas o que tem de tão especial nesse esporte? Talvez seja a simplicidade. Não exige anos de prática para se divertir. Uma rede, uma raquete e, claro, a disposição de pisar na areia – isso basta. O resto vem naturalmente: as risadas nas jogadas desajeitadas, a corrida descalça que faz o coração bater mais forte, e aquele prazer quase esquecido de brincar sem pressa.
Em 2008, o então tenista Marcus Ferreira teve seu primeiro contato com o Beach Tennis. Estava fazendo um treinamento físico na praia de Santos quando foi convidado por um amigo a experimentar a “novidade”.
“Tive facilidade porque sempre gostei de esportes de raquete”, afirma Marcus. O que ele não podia imaginar é que ali nascia um campeão da modalidade. Trocou as quadras de saibro pela areia e começou a trilhar um caminho ao lado do seu parceiro Thales Santos.
Conquistou um título mundial, cinco pan-americanos e dois sul-americanos, consolidando sua posição entre os melhores do mundo. Em 2018, representando a seleção brasileira, sagrou-se campeão mundial por equipes em Moscou, Rússia, sem perder nenhuma partida nas duplas masculinas.
Para ele, a mudança de raquete trouxe benefícios que jamais conseguiria conquistar no tênis tradicional.
Hoje, Marcus Ferreira se dedica ao ensino do Beach Tennis. Desenvolveu a “Metodologia Marcus Ferreira”, focada em ensinar o esporte de maneira leve e prazerosa, visando tanto a competição quanto a socialização dos praticantes.
É também capitão da seleção juvenil brasileira de Beach Tennis, demonstrando seu compromisso com o desenvolvimento de novos talentos no esporte.
E foi com ele que tive meu primeiro contato com o Beach Tennis. Em uma gravação em 2022, Marcus Ferreira me convidou para bater uma bola para a captação de imagens que ilustrariam a gravação. Fui… e não parei mais. Me encontrei em um esporte.
Além da diversão, o Beach Tennis conversa diretamente com a busca cada vez mais urgente por qualidade de vida. Passar um tempo ao ar livre, sob o sol, pé na areia, respirando o ar do mar, enquanto o corpo se exercita, é um convite irresistível. E não é só o físico que agradece. O esporte, com seu espírito inclusivo e colaborativo, também alimenta a alma.
Em tempos de rotinas estressantes, o Beach Tennis surge como uma espécie de refúgio. É mais do que um esporte; é um estilo de vida que conecta pessoas, inspira hábitos mais saudáveis e renova energias.
O Beach Tennis também tem seu charme fashion. As roupas coloridas, os acessórios descolados, as raquetes que se tornam quase extensão de quem as carrega Afinal, talvez o grande sucesso desse fenômeno esteja na mistura perfeita entre saúde, socialização e aquele gostinho de liberdade que só a areia entre os dedos pode oferecer. Mais do que um jogo, pode ser o começo de uma nova vida – mais leve, mais saudável e, sem dúvida, mais feliz.
Um beijo! E até semana que vem!
A coluna Respira e Vai está também no canal do YouTube @orlaplay. Vai lá conferir uma entrevista incrível com o campeão Marcus Ferreira.
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